Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, Sessão pública «Avançar é preciso! Mais força à CDU»

Com mais deputados eleitos pela CDU é a Madeira e o País que ganham

Com mais deputados eleitos pela CDU é a Madeira e o País que ganham

Esta sessão pública marca um importante momento no exigente, mas também exaltante, percurso de intervenção na Região Autónoma da Madeira para enfrentar as importantes batalhas políticas que temos no horizonte.

Um importante momento nesse objectivo maior de reforçar a CDU, de aumentar a sua votação e o número de deputados, e assim fazer avançar a Região e o País, elevar as condições de vida dos trabalhadores e do povo, garantir uma política verdadeiramente alternativa.

Em Setembro e Outubro próximos, separadas por duas semanas, aí temos as eleições para a Assembleia Legislativa Regional e para a Assembleia da República.

Duas eleições com elementos específicos quanto à sua natureza, mas que têm em comum um denominador maior a uni-las: em cada um destes actos eleitorais a questão decisiva que está colocada é a de reforçar a CDU.

É essa a opção que está colocada na mão de cada um. Avançar no que se conquistou dando mais força à CDU ou andar para trás, pela mão de PS, PSD e CDS, perdendo muito do que se alcançou.

É da vida de cada um para os próximos anos que se decide nos próximos actos eleitorais: dos seus salários, das suas reformas, dos seus direitos à saúde, à educação, à protecção social, aos transportes, à habitação, à cultura.

Que cada um leve o seu voto a sério. Que cada um reflicta sobre o que quer para o seu futuro próximo. Que cada um pense a partir dos seus próprios interesses e não das mentiras, das mistificações ou dos enganos em que o querem enredar.

Não é por se repetir mil vezes uma mentira que ela passa a ser verdade.

Primeira mentira. As próximas eleições não são para Presidente do Governo Regional nem para primeiro-ministro. São para eleger deputados.

As eleições não são para se saber quem fica à frente. São para eleger deputados. E uma coisa é certa: com mais deputados eleitos pela CDU é a Região e o País que ganham. Se a CDU tivesse menos força quem perdia era a Região, o País, os trabalhadores e o povo.

É preciso não deixar esquecer o que se passou na Região há quatro anos. Por meia dúzia de votos a CDU não elegeu o terceiro deputado, deputado esse que teria feito o PSD perder a maioria absoluta, que teria de facto derrotado o PSD. Que fique de aviso e de lição para que no dia 22 de Setembro à noite não se ouçam, de novo, lamentos de alguns por não terem dado à CDU a força que ela merece e que cada um precisava para ver melhor defendidos os seus direitos.

Segunda mentira. A que o PS por aí anda a semear para se apresentar falsamente como alternativa ao PSD. Bem pode o PS andar por aí a fazer juras de que não vai fazer o mesmo que o PSD. Olhando para o que Cafofo e o PS fizeram na Câmara do Funchal, e comparando com o que Albuquerque e o PSD nela fizeram, bem se pode dizer que o risco que se corre é que o PS venha a fazer mesmo, se não pior. Não são acusações vagas ou infundadas. É ver o seu comprometimento com os mesmos grandes senhores e capitalistas da região, o mesmo compadrio com a especulação urbanística, é ver os mesmos compromissos com os grupos privados da saúde, é ver a mesma desatenção e abandono para com as populações mais desfavorecidas das zonas altas ou dos bairros municipais.

Bem pode o PS, também aqui na Região, andar a querer dar “ares de esquerda” ou a querer enfeitar-se com avanços alcançados no País que só foram possíveis com a luta e ao papel decisivo do PCP e da CDU.

Muito do que foi alcançado, foi conquistado a contra-gosto e com a resistência do PS. E muito do que era necessário responder não se respondeu porque o PS e o seu Governo não o permitiram.

Sim, com a intervenção decisiva do PCP, derrotou-se em 2015 a versão mais retrógrada da política de direita, mas não se derrotou definitivamente a política de direita que nos seus aspectos mais estruturantes está presente nas opções da governação do País, pela mão do PS, em convergência com PSD e CDS.

Naquilo que é central e decisivo para a defesa dos interesses do grande capital lá os encontramos juntos, PS, PSD e CDS, seja na defesa da actual estrutura económica e do domínio do capital monopolista, seja na concretização dos apoios de milhões para a banca, seja nos acordos sobre as leis laborais, para manter as suas normas gravosas e promover novos mecanismos de fomento da precariedade, seja nas opções em relação à recusa da negociação da dívida ou da libertação dos constrangimentos impostos pela União Europeia e o Euro, entre outros.

A operação de chantagem com a ameaça de demissão do governo do PS neste final de legislatura, confirma que o PS, tal como PSD e CDS, não hesitará, criadas as condições, em retomar a sua política de sempre de transferência para as costas do povo de toda e qualquer dificuldade ou crise que surja. Uma iniciativa que deixa claro que, entre as imposições e os constrangimentos da União Europeia e a resposta aos problemas dos trabalhadores e do País, o PS não hesitará em colocar as ordens de Bruxelas à frente dos interesses do povo.

Uma iniciativa que mostra por antecipação que não será pela mão do PS que o caminho de avanços na defesa, reposição e conquista de direitos prosseguirá, tal como evidencia que se o PS tiver as mãos completamente livres, o que foi alcançado corre o sério risco de andar para trás, da mesma forma que andaria com PSD e CDS se reunissem condições para tal.

Como afirmámos, e a vida nos deu razão, a nova fase da vida política nacional não fez que o PS passasse a ser de esquerda.

O PS não mudou a sua natureza e as suas opções de fundo. O que mudaram foram as circunstâncias. E é dessa circunstâncias que o PS se quer livrar para poder passar a fazer a política de direita de mãos livres que sempre antes fizera e ambiciona retomar.

Combater e denunciar as mentiras que por aí se espalham é muito importante. Porque é na base da verdade que as pessoas devem formar a sua opinião e fazer as suas opções para não se deixarem ir no engano. Até porque quando perceberem que foram enganados é tarde, e será com os seus direitos que vão pagar o erro.

Mas também porque quem mente no que é básico, desde logo sobre o que se decide nas eleições, não merece confiança. Mentirá sempre e em tudo, nas promessas falsas para ganhar votos e no que depois fará quando se apanhar com os votos no bolso.

Por isso reafirmamos. Dar força à CDU é a questão decisiva. No País e na Região.

E também ao contrário do que para aí é posto a correr, na noite de 22 de Setembro aqui na Madeira confirmará que ninguém vai ter maioria absoluta. O que vai contar mesmo é os deputados que cada um tiver. Mais deputados eleitos pela CDU no Parlamento Regional significam mais força à luta do povo pelos seus direitos.

Mais deputados eleitos pela CDU em Setembro próximo na Região significam mais força para combater e derrotar o PSD.

Sim, camaradas. O voto contra o PSD é na CDU. Foi sempre a CDU que deu combate ao PSD, não o PS que andou calado quando não andou a ser cúmplice do que durante décadas Jardim, Albuquerque e o PSD fizeram na Região. Foi a CDU que os trabalhadores e o povo sempre encontraram na empresas, no bairro, nas localidades quando foi preciso lutar por direitos e salários, quando foi preciso enfrentar o PSD. Ninguém por aí viu, quando era necessário, nem o PS nem outros.

Sabemos que há para aí quem depois de ter estendido o tapete a Cafofo e depois fingir que é oposição se prepara para, de novo, de baraço ao pescoço, se voltar a entregar às ambições de Cafofo e ao PS. Opção deles.

Nós não prescindimos da nossa independência, não prescindimos de afirmar que é necessário um novo rumo que rompa com a política de direita, que é necessária uma política alternativa também na Região e que não é com o PS, nem com o PSD ou o CDS, que isso será alcançado mas sim com mais força na CDU.

Sobretudo não prescindimos do nosso compromisso com os trabalhadores e o povo e de tudo fazermos para corresponder às suas aspirações a uma vida melhor. Para isso sabem que podem contar com a CDU. São estes os deputados que nunca faltarão na hora de assegurar direitos, conquistar avanços, combater injustiças. Sabem que é com a CDU que podem contar para um aumento geral dos salários, incluindo do Salário Mínimo Nacional para 850 euros; para assegurar o aumento real das pensões e reformas, para garantir que o acesso à saúde seja um direito e não um negócio, para reforçar o apoio social na doença ou no desemprego, para universalizar o abono de família, para assegurar o direito ao transporte público na região e para fora dela, para garantir o direito constitucional à habitação. E também para fazer chegar à região a gratuitidade dos manuais escolares e valorizar a escola pública.

Os portugueses perceberam nestes últimos quatro anos a diferença da CDU pesar na vida política.

Mas também perceberam que para se avançar no que é preciso para desenvolver o País e responder aos direitos dos trabalhadores e do povo, isso não se faz pela mão do PS, mas sim, com mais força à CDU.

Partimos para esta batalha confiantes de que é possível garantir um bom resultado para a CDU, pelo trabalho realizado, pelo papel determinante que tivemos no que de positivo se alcançou no País nestes últimos quatro anos.

Partimos para esta batalha com a consciência que é ao povo que cabe decidir e que é ao seu encontro que vamos nestes próximos meses até às eleições, levando a nossa palavra, ouvindo atentamente e debatendo, com a noção de que não há vencedores antecipados por muito que alguns o proclamem, nem deputados eleitos por antecipação.

Partimos para esta batalha contrariando presságios e vaticínios negativos. Sabemos bem que quem o grande capital e os grandes interesses temem é a CDU.

Sabemos bem a razão porque nos tentam reduzir, mesmo que para isso tenham que promover soluções inconsequentes, tenham de lançar tiros de pólvora seca que, para lá do ruído, não comprometem os planos de exploração e injustiças que querem prosseguir.

Sabemos bem os meios que têm à sua disposição para jogar contra a CDU, a falta de escrúpulos que os leva a recorrer à mentira e à calúnia, a deturpação que fazem das nossas posições.

Mas não tomem os seus desejos por realidade. Temos pelo nosso lado a força da razão e uma profunda identificação com aquilo que são as aspirações mais profundas dos trabalhadores e do povo. É a eles que nos dirigimos, de cara levantada, com a vantagem de sermos gente de uma só palavra, de podermos apresentarmo-nos pelo que reconhecidamente somos e fizemos.

Partimos para esta batalha com a convicção de que todos os caminhos do reforço da CDU estão em aberto e os vamos percorrer com a confiança que nos dá a consciência do dever cumprido e do trabalho realizado.

Uma campanha que afirme com confiança que há solução para os problemas da Região Autónoma da Madeira e do País, e que é possível avançar na solução dos problemas nacionais e na elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo, dos seus direitos, salários e pensões de reforma.

Que é possível com a força do povo, a sua luta e o seu voto na CDU, assegurar o prosseguimento de caminho de novos avanços na reposição de direitos e rendimentos. Que é dando mais força à CDU, que mais solidamente estarão garantidas as condições para defender, promover e afirmar os direitos do povo português.

Uma campanha que, com convicção, afirme que está nas mãos dos trabalhadores e do povo dar força, com o seu apoio e o seu voto na CDU, à exigência de uma política que lhe garanta o direito à plena realização das suas vidas.

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