Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Banco Europeu de Investimento (BEI) relativo ao exercício de 2011

Baseado na actividade do BEI em 2011, o relatório apresenta várias propostas sobre as orientações futuras do banco. O texto repete a lengalenga da necessidade de equilibrar a política de austeridade com o crescimento e o emprego, como se a primeira não só impedisse a segunda e constituindo uma receita para a destruição de capacidade produtiva existente, emprego e serviços públicos. E defende a sujeição de um banco constituído por fundos públicos dos Estados-membros às "regras da concorrência" relativamente à banca comercial. O que poderia ser um instrumento de solidariedade financeira, para fazer face às necessidades de desenvolvimento económico dos Estados-Membros e combater as crescentes desigualdades entre estes e entre classes sociais, é amarrado ao dogma neoliberal da não intervenção das entidades públicas na economia, para favorecer uma ainda maior concentração e centralização de capital nos grandes grupos económicos e financeiros. Para além disso, discordamos do controlo de regulação do BEI exercido pelo BCE (com a sua falsa independência) e de uma política do banco subordinada à manutenção da sua notação de crédito AAA. São ainda de salientar outros aspectos negativos como a sua subordinação à Estratégia Europa 2020, o financiamento de projectos de parcerias público-privadas (investimento público, lucro privado) e o apoio ao aprofundamento do mercado interno da UE.

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