Intervenção de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Avaliação das troikas

Os dois maiores grupos políticos do PE – que sempre apoiaram a nível europeu e nacional as políticas de consolidação orçamental, como é exemplo maior o Tratado Orçamental - decidiram avaliar as consequências das troikas a dois meses das eleições. Deviam estar mais atentos porque há muito que se sabe e, sobretudo, que se sente a catástrofe das políticas das troikas. Não é preciso, aliás, muito conhecimento para se saber como este modelo usado pelo FMI há anos em todo o mundo apenas serve dois objectivos:

1. diminuir os custos do trabalho através também do elevado número de desemprego e roubar rendimentos às populações;

2.promover as privatizações e a destruição de serviços públicos, ou seja, transferir a riqueza dos trabalhadores para os bolsos dos banqueiros e das grandes empresas e monopólios capitalistas. Consequência: pobreza e destruição de muitas vidas, de muitas famílias.

São estes o principais objectivos destes pactos de agressão contra estes povos e, portanto, as consequências eram todas previsíveis. O que correu bem e mal nas troikas foi, sim, a existência das próprias troikas e desta direcção política.

Os povos destes países, como de Portugal, não necessitam de mais avaliações, nem de mais legitimidade democrática, nem das mesmas exactas medidas mais espaçadas no tempo, nem da participação do PE neste processo, nem de troikas sem o FMI, nem de mais planificação. O que os povos destes países querem é que lhes devolvam os rendimentos, os salários, as pensões, os direitos, os empregos que lhes roubaram. E isso só se faz com a total abolição das troikas e desta política de saque e de agiotagem, o que estes relatórios, evidentemente, não defendem.

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