Pergunta Escrita à Comissão Europeia de Miguel Viegas no Parlamento Europeu

Autorização do Glifosato e os "Monsanto Papers"

Nos dois últimos anos, duas agências da UE revisaram evidências científicas sobre os impactos do glifosato na saúde humana e no meio ambiente: EFSA em Parma e ECHA em Helsínquia. Embora os efeitos devastadores dos herbicidas não seletivos nos ecossistemas agrícolas sejam óbvios e a sua toxicidade para os organismos aquáticos seja amplamente reconhecida, o debate público centrou-se no caráter cancerígeno do glifosato. Contrariando a agência das nações unidas (CIRC composto de 17 peritos de 11 nacionalidades diferentes), tanto a EFSA como a ECHA concluíram na sua avaliação, que o glifosato não causa cancro.
Contudo esta avaliação baseou-se principalmente em estudos financiados pela indústria do glifosato, aceitando de forma acrítica as suas conclusões sem questionar a qualidade dos dados subjacentes e contrariando assim as orientações e procedimentos da OCDE. Os chamados " Monsanto Papers", que divulgaram comunicações entre a Monsanto e a EPA (Environment Protection Agency of the USA) permitem inferir que parte destes estudos eram fraudulentos pondo em causa as conclusões tiradas pela EFSA e pela ECHA.
Pergunto a Comissão Europeia como avalia estes desenvolvimento e que consequências práticas podem esperar relativamente ao uso do Glifosato no espaço da UE.

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