Apresentação da candidatura da CDU à CML
Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP
Estamos hoje aqui numa situação complexa para a cidade de Lisboa e os seus habitantes. No seguimento de um processo de prolongada degradação, fruto da gestão do PSD, a Câmara Municipal de Lisboa caiu e vamos ter eleições intercalares no próximo dia 1 de Julho.
A situação degradante a que chegou a Câmara Municipal de Lisboa e a Cidade é consequência da falência da gestão do PSD e do CDS-PP.
Fizeram promessas, criaram ilusões e afinal afundaram Lisboa na pior situação da sua história desde o 25 de Abril.
Desarticularam os serviços municipais, desregularam o quadro de pessoal, abriram conflitos com as Juntas de Freguesia e o Movimento Associativo, paralisaram a revisão do PDM e alteraram-no casuisticamente ao serviço da especulação imobiliária, o trânsito e o estacionamento não tiveram resposta, o espaço público e as ruas foram desleixadas, os problemas dos bairros municipais acentuaram-se, o parque escolar, a cultura e o desporto foram subestimados.
E, como se tudo isto não bastasse, a situação financeira atingiu níveis preocupantes, com uma elevadíssima dívida de curto prazo que condiciona fortemente a actividade diária do município e as suas perspectivas futuras.
A gestão da direita atolou-se em escândalos sobre escândalos de que o negócio Bragaparques de permuta de terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular é o exemplo mais marcante.
Neste percurso de plano inclinado, ao longo destes 6 anos, o PSD e o CDS-PP foram muitas as vezes em que não estiveram sozinhos. Nas questões essenciais e estruturantes dos planos e orçamentos, da subversão do PDM, de projectos imobiliários controversos, tiveram o apoio e o voto do PS, que no caso da permuta de terrenos Parque Mayer/Feira Popular contou também com o voto favorável do BE.
Mas, nos últimos dois anos, como se já não bastasse a situação da Câmara, a população de Lisboa foi profundamente atingida pela política de direita do Governo PS. Uma política que destrói o aparelho produtivo, aumenta o desemprego, ataca os direitos sociais, quer liberalizar os despedimentos individuais sem justa causa, compromete o desenvolvimento, ataca e reconfigura o Estado, o seu papel, as suas obrigações constitucionais, degrada e privatiza os serviços públicos, aumenta as desigualdades e as injustiças sociais e estrangula o Poder Local. Uma política de não cumprimento da lei das Finanças Locais que lesou Lisboa em 38 milhões de euros, de encerramento de equipamentos essenciais designadamente hospitais e de redução da rede de transportes da Carris.
Estas eleições podem constituir uma oportunidade e uma possibilidade para travar o declínio da Câmara e da Cidade. Lisboa precisa de um programa de emergência que permita ultrapassar as graves dificuldades actuais, inseparável de um projecto estruturante e de futuro.
Nas eleições de 1 de Julho, a CDU corporiza esse programa de emergência e esse projecto de futuro.
Muitas forças se candidatam mas, pela sua prática e pelo seu projecto ou falta dele, só a CDU é alternativa para Lisboa.
O PSD e o CDS estão derrotados pela incapacidade que manifestaram e pelo atoleiro a que conduziram a Cidade.
O PS significa a continuidade e o agravamento dos problemas, a projecção na Câmara de Lisboa da sua política de desigualdades e injustiças sociais, de degradação e privatização de serviços, de ataque aos direitos dos trabalhadores e das populações.
Quem tão maltrata os trabalhadores e as populações pouco crédito terá para se apresentar disposto a cuidar da cidade.
Quando alguns falam como se os problemas de Lisboa se resolvessem retirando serviços e direitos, queremos aqui reafirmar, em nome do PCP e julgo da CDU, que os problemas de Lisboa se resolvem com os trabalhadores e a população e ao serviço dos seus interesses e direitos e nunca contra os trabalhadores e a população da cidade.
A CDU tem um património ímpar. Na oposição à década negra de Abecassis e da AD de 79 a 89, na contribuição na década de 90 na gestão da Câmara com a marca do melhor que Lisboa teve, na oposição ao novo descalabro da gestão PSD com apoio do CDS-PP de 2001 a 2007, a CDU tem um percurso incomparável de acção, uma prática distintiva e coerente, um projecto para a Cidade de Lisboa cuja necessidade cada vez mais se evidencia.
Lisboa precisa do trabalho, da honestidade e da competência da CDU. Lisboa precisa de quem, como a CDU, conhece como ninguém a Cidade e os seus problemas: de quem como a CDU, se identifica com as aspirações do seu povo a uma vida melhor. Lisboa precisa de quem dê garantias de uma atitude coerente e combativa às posições da direita. Lisboa precisa de um projecto de esquerda firmado num percurso de intervenção que só a CDU está em condições de apresentar e assegurar.
Apresentamos hoje a CDU, força alternativa para Lisboa, a coligação entre o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista “Os Verdes” com a participação da Associação Intervenção Democrática e de muitos cidadãos sem filiação partidária, coligação aberta a todos os que se preocupam com a Cidade, que lhe querem bem, que aspiram à superação dos problemas actuais, a uma Lisboa onde seja possível trabalhar e viver melhor.
Apresentamos hoje aqui Ruben de Carvalho, candidato da CDU à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa, que encabeça uma equipa capaz e determinada. Ruben de Carvalho tem um percurso de intervenção que fala por si nas mais diversas áreas, uma sensibilidade, vivência, dedicação de sempre a Lisboa, uma intervenção activa e qualificada dos últimos anos na Câmara, uma experiência, conhecimento e capacidade essenciais ao futuro da cidade.
A CDU é a força de oposição coerente, firme, determinada e consistente, a força com conhecimento, sensibilidade e capacidade para resolver os problemas, a força do trabalho, honestidade e competência, a força alternativa para Lisboa.
Iniciamos hoje mais uma etapa na longa caminhada no nosso estilo ímpar por Lisboa, com generosidade, empenho e criatividade, vamos fazer uma campanha intensa e esclarecedora, vamos pelos bairros ruas e praças desta bela Cidade mobilizar a população para que no dia 1 de Julho com o seu voto na CDU abra o novo caminho que Lisboa tanto precisa e a sua população bem merece!
