No seguimento da pergunta anterior sobre a Lear, empresa multinacional de produção de estofos para o ramo automóvel e cablagens, que está instalada em Portugal desde 1987, informo que esta multinacional possui, ali, 3 unidades: uma fábrica, em Palmela, com mais de 300 trabalhadores; uma segunda unidade, na Póvoa de Lanhoso, com cerca de 760 trabalhadores e, uma unidade, em Valongo, onde empregava mais de 1000 trabalhadores. Esta empresa está já há algum tempo a deslocalizar a sua produção. Na realidade, o projecto X18 (ligado à Renault) que se encontrava a laborar na unidade de Póvoa de Lanhoso, já foi transferido para a Roménia. Na unidade de Valongo, foram recentemente empacotadas as máquinas do sector X150, que foi deslocalizado para a Polónia, o projecto X350 vai parar 11 semanas e o projecto X400 também está a verificar paragens. Em síntese, as unidades de Valongo e da Póvoa de Lanhoso estão rapidamente a definhar quer na produção, quer na manutenção dos postos de trabalho. A consequência directa desta "política empresarial" é uma perda substancial dos postos de trabalho, embora a empresa não assuma os despedimentos uma vez que pressiona os trabalhadores às ditas "rescisões por mútuo acordo", perante a ameaça de encerramento. Este cenário, está a agravar consideravelmente os já alarmantes problemas do desemprego, uma vez que a unidade de Valongo e da Póvoa de Lanhoso encontram-se em zonas flageladas pelo desemprego e, consequentemente, com gravíssimos problemas sociais e de desenvolvimento. Assim, solicito à Comissão que me informe:
- Que apoios comunitários recebeu a multinacional Lear em Portugal para as suas três unidades?
- Esta multinacional Lear está a receber outros apoios comunitários nos países para onde está a deslocalizar parte da sua produção?
- Que medidas vão ser tomadas para garantir os direitos dos trabalhadores e assegurar o desenvolvimento destas zonas atingidas pelo desemprego?
