Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Abertura e o mandato de negociações interinstitucionais que estabelece regras para os pagamentos directos aos agricultores ao abrigo de regimes de apoio no âmbito da Política Agrícola Comum

Mais de 20 anos depois de ter sido prometida a convergência dos pagamentos da PAC entre os diversos Estados-Membros, persistem gritantes desigualdades e injustiças na distribuição das verbas da PAC. Este relatório vai prolongá-las, voltando a adiar a prometida convergência para lá de 2020. Portugal está entre os países que, em méda, menos ajudas recebem por hectar (quarto lugar a contar do fim, em 27).
Mas desta feita, as desigualdades na distribuição das verbas da PAC poderão ter efeitos ainda mais destrutivos: é que simultaneamente, desmantelaram-se os instrumentos de regulação da produção, como as quotas, que asseguravam a cada país níveis mínimos de produção. A palavra de ordem, em lugar da soberania e segurança alimentares, é a orientação da política agrícola para o “mercado” e para a “competitividade”. A verdade porém é que alguns contam com o triplo ou o quádruplo das ajudas de outros, a quem se pede que sejam “competitivos”.
Persiste pagamento de rios de dinheiro a grandes proprietários de terra, pelo simples facto de o serem – proprietários, – sem qualquer obrigação de produzir.
Entre outras, foi rejeitada a proposta que fizemos de elevar o montante mínimo de pagamentos aos pequenos agricultores para 1000 euros, o dobro do proposto pela Comissão.
Votámos contra.

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