«Segurança e informação» - Ruben de Carvalho no «Diário de Notícias»

As questões de segurança pessoal dos titulares dos cargos públicos são assunto que deve ser tratado com reserva e prudência.Mas não tem sido através de revelações irresponsáveis que o assunto tem sido tratado, mas por informações de origem oficial ou oficiosa.

Foi assim que se ficou a saber que, ainda presidente da Câmara de Lisboa, tinha direito a um reforçado dispositivo, que na sua passagem para S. Bento foi considerado sujeito a graves riscos, superiores mesmo aos corridos por Durão Barroso, que, por sua vez, em Bruxelas igualmente necessitará de um contingente da PSP especialmente destacado, situação inédita relativamente aos antecessores comunitários.

Igualmente se divulgou que especiais cuidados merece o ministro da Defesa e líder do PP, Paulo Portas. Situação que merece estranheza. Portugal e a política portuguesa não parecem ter graus de violência que sustentem tantos receios. Não se percebe esta pouco responsável política de informação: se há cinco ou dez agentes da PSP encarregues da segurança pessoal de tal ou tal personalidade, seria de supor que sobre isso se mantivesse uma discrição em si própria pelo menos conveniente para tal tarefa.

Tudo isto legitima duas interrogações: a questão da segurança pessoal publicamente revelada ter-se-á transformado nalgum marketing de atribuição de «importância» a tal ou tal político? Por outro lado, há ou não problemas que justifiquem este crescendo securitário?

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