A situação que se vive no Irão é bem sintomática das contradições e volatilidade da situação internacional.

São dos sectores mais pobres da sociedade que emanam os protestos, aqueles que mais serão afectados pelas reformas previstas no novo orçamento do país, reagindo às profundas desigualdades da sociedade iraniana. Uma sociedade fustigada com as consequências das políticas neoliberais mas também pelas sanções impostas pelo imperialismo norte-americano.

A reacção das autoridades não é inédita num regime teocrático que mantém ilegalizado o partido comunista Tudeh do Irão.

Evidentes são as manobras dos Estados Unidos, promovidas em vésperas da renovação do acordo nuclear, para instrumentalizar problemas reais, alguns resultantes das suas políticas, com vista a promover operações de ingerência naquele país.

Àqueles que têm memória curta, lembramos as consequências das ditas primaveras árabes, ou da ingerência e agressão à Líbia, ao Iraque, à Síria ou ao Afeganistão.

Ao povo Iraniano, que luta pelos seus direitos e condições de vida, expressamos toda a nossa solidariedade, rejeitando acções de ingerência e exigindo o respeito pela soberania e independência do país.