As medidas impostas pelo Governo dificultam o funcionamento do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo e por conseguinte a prestação dos cuidados de saúde. Há enormes preocupações quanto às valências e serviços que permanecerão no centro hospitalar, na
sequência da reorganização hospitalar que o Governo pretende implementar. As recentes alterações nas urgências são já um indício do que pode estar para vir.
A capacidade dos serviços não está a ser totalmente aproveitada. É disso exemplo a cirurgia de ambulatório no Hospital do Montijo que funciona em cerca de 50%.
Relativamente ao serviço de urgências do Hospital do Barreiro, o Distrito Médico de Setúbal da Ordem dos Médicos constatou o seguinte:
- A sobrelotação das estruturas existentes para acolher os doentes em ambulatório e no internamento;
- A contratação de profissionais por empresas de trabalho temporário para o desempenho de funções, sem hierarquia e sem conhecimento do serviço, conduziu à quebra do conceito de equipa de urgência;
- Após as 21h não há especialistas de urologia, otorrinolaringologia, oftalmologia, psiquiatria e cirurgia plástica e reconstrutiva, o que implica a transferência de doentes com patologia urgente destes foros para Lisboa.
- Falta de condições para a prática médica com o mínimo de qualidade, o que é desmotivador para os profissionais.
Ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, solicitamos ao Governo que por intermédio do Ministério da Saúde, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:
1.Por que motivo a capacidade instalada da cirurgia de ambulatório no Hospital do Montijo nãoestá totalmente aproveitada?
2.Qual a perspetiva do Governo para o futuro do Hospital do Montijo? Que valências se prevê que venha a ter?
3. E quais as valências que se prevê ter o Hospital do Barreiro?
4.Que medidas pretende o Governo tomar para assegurar o funcionamento adequado do serviço de urgência, incluindo a dotação de meios técnicos e humanos?
Pergunta ao Governo N.º 634/XII/3
Sobre a situação do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo
