A proposta da Comissão procede a uma alteração que possibilita a modulação, num determinado período de tempo, da redução das emissões impostas pelas metas determinadas por aquele regulamento, em função dos prazos rígidos definidos.
A proposta em questão é pertinente para aliviar o sector automóvel que, como o próprio documento refere emprega cerca de 13 milhões de pessoas na UE, e que tem um impacto significativo em Portugal, da pressão imposta a partir de um regulamento que determina a prazos e metas que não são consentâneos com a realidade e que arriscam todo um sector.
Sem pôr em causa um necessário caminho de descarbonização, também neste sector, esta proposta é, no entanto, limitada.
Porquanto não coloca a mobilidade e a valorização do transporte público como questão central para esse caminho de descarbonização.
Porquanto, pela sua natureza absolutamente restritiva, desconsidera soluções para aquele caminho, que utilizem outras tecnologias.
Porquanto, restringe a avaliação das emissões de CO2 e outros gases com efeitos de estufa à circulação, sem considerar todo o ciclo produção, uso, abate, das viaturas.
Porquanto ignora os impactos ambientais da exploração de elementos raros, finitos, que são requeridos para o segmento eléctrico.
Porquanto ignora a opção de transitar parte da produção para a guerra.
Razões que justificam a abstenção.