O Governo aprofunda o desinvestimento público no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Os constrangimentos em que os hospitais se encontram, resultam da política de cortes orçamentais imposta pelo Governo e da redução de profissionais de saúde. Também no HGO, os utentes e os profissionais de saúde sentem os impactos destas medidas, seja pela carência de trabalhadores, seja pela insuficiente capacidade de resposta para consultas, exames ou cirurgias face às necessidades dos utentes.
Ao Grupo Parlamentar do PCP chegou o relato de um familiar de um doente oncológico acompanhado pelo Hospital Garcia de Orta (HGO), que reflete as consequências do desinvestimento no SNS. Em resumo, o médico que acompanhava o Sr. António Costa Rodrigues (quando este se encontrava internado no HGO) requisitou a realização de um exame com urgência. Entretanto o doente teve alta e aguardou pela marcação do exame em casa.
Contudo o doente voltou a ser internado de urgência e infelizmente faleceu no dia 9 de agosto de 2013. A 23 de agosto, o HGO envia uma carta para a residência do senhor a informar que o exame fora marcado para o dia 12 de setembro.
Segundo a família, o HGO teve uma atitude de desrespeito com o doente e entende que se deve apurar responsabilidades. Não compreende como pode o HGO marcar o exame para praticamente um mês após o falecimento do doente, sobretudo quando tinha sido requisitado com urgência.
Durante o tratamento de quimioterapia também se registaram alguns episódios insólitos.
Destaca-se a não realização de uma sessão de quimioterapia porque estava marcada para uma hora que não permitia à farmácia do hospital preparar o medicamento que, atendendo às normas de preparação do mesmo, é necessário que seja preparado até uma hora de
antecedência da hora da administração. Ora, o que aconteceu é que a sessão de quimioterapia foi agendada para um horário que excedia em muito a hora de fecho da farmácia, o que impediu a realização do tratamento. Esta situação é inaceitável não só porque o impede o doente de ver concretizada uma justa expectativa- realizar a sessão de tratamento que o poderia ajudar acombater a doença.
Ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, solicitamos ao Governo que por intermédio do Ministério da Saúde, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:
1.Qual a avaliação que o Governo faz da situação relatada?
2.Como justifica que um exame requisitado com urgência tenha sido marcado para mais de um mês depois do falecimento do doente?
3.Que medidas vai o Governo tomar para esclarecer o ocorrido e para evitar que estas situações se repitam?
Pergunta ao Governo N.º 25/XII/3
Sobre a insuficiente resposta do Hospital Garcia de Orta
