Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Sobre desenvolvimentos políticos decorrentes do Congresso do PSD

O Congresso do PSD constituiu uma clara tentativa de apagamento da memória da acção de destruição do País e dos direitos que este partido protagonizou a partir do Governo e de branqueamento das suas responsabilidades nos gravíssimos problemas estruturais que Portugal enfrenta.

Num quadro em que o PSD procura encontrar o caminho que permita recuperar essa política de agravamento da exploração, do empobrecimento e de desastre nacional que executou, não podem deixar de ter significado as expressões de consensualidade que marcaram o encontro de Rui Rio e António Costa do que revelam de convergência de opções e posicionamentos que PS e PSD partilham em matérias estruturais, como são exemplo as opções em matéria de legislação laboral e de submissão à União Europeia.

Devem ser registadas quer as declarações de Rui Rio sobre o que designa como uma nova fase no relacionamento com o Governo quer ainda, de maior significado, a assumida articulação entre PS e PSD para reformas estruturais como a chamada “descentralização” (de facto, uma transferência de encargos e desresponsabilização do Estado), quer quanto aos Fundos Comunitários (com o conjunto de opções em matéria de desenvolvimento e destinatários).

Este desenvolvimento confirma que o PS e o seu Governo, seguindo as suas opções de classe ao serviço do grande capital, assume cada vez mais a convergência com o PSD e o CDS, como se verificou em várias situações, ainda recentemente com a rejeição do projecto do PCP sobre a reposição do valor do trabalho extraordinário.

O que os desenvolvimentos da situação nacional decorrente do Congresso do PSD revelam é que, para prosseguir o caminho de avanços na reposição e conquista de direitos (com o que traduz de condição para o crescimento económico e de elevação das condições de vida), exige-se o reforço do PCP e da sua influência política.

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