Conforme já se anunciava, a Direcção Executiva do SNS decidiu pelo encerramento de várias urgências pediátricas, na Região de Lisboa e Vale do Tejo, à noite e ao fim de semana. Assim, deixam de funcionar à noite, entre as 21h e as 9h, três urgências pediátricas – Loures, Torres Vedras e S. Francisco Xavier – e ao fim de semana duas urgências pediátricas – Loures e Setúbal (esta de 15 em 15 dias).

Esta decisão confirma que, sob a capa de reorganização de serviços, o objectivo do Governo sempre foi o seu encerramento. Em vez de garantir a existência de mais profissionais no Serviço Nacional de Saúde, evitando a sua saída e garantindo novas contratações, o Governo prefere desproteger as populações, no caso concreto as crianças, e favorecer o negócio privado que se alimenta das carências dos serviços públicos. 

Saliente-se que, mesmo em relação às urgências que por agora não viram o seu funcionamento restringido, nada garante que isso não venha a acontecer num futuro próximo, caso se mantenha a política de desvalorização dos profissionais de saúde, de subfinanciamento e de escasso investimento no Serviço Nacional de Saúde. As “contas certas” do Governo são urgências encerradas para a população.

Confirma-se que a Direcção Executiva do SNS serve no fundamental para concretizar as decisões negativas do Ministério da Saúde, sob a capa de uma fundamentação técnica, que nada mais é do que uma consequência das opções políticas do Governo.

O PCP reafirma a necessidade de uma imediata reversão desta política, como aliás têm vindo a exigir os profissionais de saúde, garantindo carreiras e remunerações dignas, de forma a tornar o SNS mais atractivo e melhorando as condições de equipamentos e infra-estruturas, assegurando melhores condições de trabalho e atendimento.