O PCP condena veementemente os crimes de Israel contra o povo palestiniano, incluindo o anunciado objectivo de colonizar a Faixa de Gaza, e insta o Governo português a adoptar uma clara posição de condenação desta nova escalada e a desenvolver iniciativas efectivas que visem pôr fim imediato ao genocídio do povo palestiniano.
O genocídio que continua a ser levado a cabo por Israel contra o povo palestiniano intensifica-se, com a cumplicidade das grandes potências imperialistas. Diversas agências e estruturas da ONU confirmam a situação de fome aguda na Faixa de Gaza, em resultado da deliberada acção de Israel, que procura vergar a vontade do povo palestiniano, tendo-se já verificado quase três centenas de mortos por subnutrição, cerca de metade dos quais crianças. Desde que Israel e os EUA se substituíram à Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) e outras agências da ONU, mais de 2000 pessoas foram mortas e 15 mil feridas durante as distribuições de escassos alimentos.
É neste contexto que o criminoso Governo de Netanyahu coloca o objectivo de ocupar plenamente e colonizar a Faixa de Gaza, concentrando e expulsando a sua população, ao mesmo tempo que anuncia oficialmente um plano de construção de colonatos israelitas na Cisjordânia, cujo objectivo é, como responsáveis governamentais israelitas afirmam, o de «enterrar» qualquer perspectiva de criação de um Estado da Palestina.
A impunidade com que Israel viola o direito internacional e o mais elementar humanismo apenas é possível porque os EUA e as grandes potências da NATO e da União Europeia se mantêm ao lado do Governo israelita, oferecendo-lhe armas, financiamento e cobertura política, ao mesmo tempo que acentuam a repressão sobre o movimento de solidariedade com o povo palestiniano e que os EUA aplicam sanções contra representantes da ONU e outras organizações internacionais. Uma realidade que não é alterada por iniciativas políticas anunciadas por vários países que, para além de não colocarem em causa os apoios a Israel, são acompanhadas de inaceitáveis exigências que desrespeitam a soberania e os direitos do povo palestiniano.
O PCP salienta que o imperialismo, particularmente o imperialismo norte-americano, está a levar a cabo uma acção para esmagar a legítima resistência dos povos do Médio Oriente e concretizar a sua recolonização. Uma acção que atinge níveis brutais no genocídio do povo da Palestina, mas que também atinge o Líbano – onde a ingerência dos EUA e das grandes potências europeias procura desarmar a resistência nacional libanesa à ocupação israelita – e se traduz nas renovadas ameaças de atacar o Irão – na sequência dos ataques israelo-norte-americanos do passado mês de Junho –, na continuação da fragmentação e ocupação da Síria – uma situação que segue o guião já verificado noutros países alvo da ingerência imperialista – ou nos bombardeamentos do Iémen, sendo real o perigo de uma guerra de grandes proporções na região.
A dimensão dos crimes de Israel não pode ser mais escondida e revela a verdadeira face das potências imperialistas, de que o sionismo é instrumento no Médio Oriente.
É urgente pôr fim imediato ao genocídio na Palestina, garantir o acesso à ajuda humanitária, criar o Estado da Palestina e cumprir o direito de retorno dos refugiados palestinianos, conforme determinam as resoluções da ONU.
O PCP apela aos trabalhadores e ao povo português a redobrar a sua acção em solidariedade com o povo palestiniano e os restantes povos que legitimamente resistem à ofensiva imperialista no Médio Oriente. É urgente travar a barbárie.