Declaração de Paulo Raimundo, Secretário-Geral, Concentração de Médicos

É preciso resolver os problemas do SNS, agora!

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Para nós, o mais importante é salvar o Serviço Nacional de Saúde e garantir que as pessoas que querem e precisam de cuidados médicos, que precisam de aceder ao Serviço Nacional de Saúde têm condições para o fazer. 

E uma das condições para que isso seja garantido é criar condições de trabalho para estes médicos, para os enfermeiros e para técnicos. Criar condições de trabalho, de valorização das suas carreiras e de aumentos salariais, que é isso que está em cima da mesa.

Nós estamos numa chamada crise política, mas há a crise na vida das pessoas. Tudo aquilo que existia até ao dia sete continua a existir. 

Nesta altura é que faz sentido fazê-lo, ainda mais. Por duas razões: 

Uma, porque os problemas estão todos aí, os problemas não vão esperar quatro meses, as consultas em falta não vão esperar quatro meses, os tratamento não vão esperar quatro meses, as condições de trabalho destes profissionais, incluindo médicos, não podem esperar quatro meses. Esta é a primeira questão. É preciso resolver os problemas agora, que são muitos, como sabemos. 

A segunda, não é menos importante, é que é esta luta de hoje que vai condicionar as opções de amanhã. E é muito importante que se faça isto. 

Quando é a alternativa? É manter tudo tal e qual o que está, manter as urgências a fechar, sem condições de resposta às necessidades das pessoas. O caminho é esse? Não pode ser, tem de se resolver. 

E falou em 19 meses de negociação, dizemos assim, 19 meses de enrola e de empata por parte do Ministério da Saúde, e em particular do Senhor Ministro. 

Não há nenhuma razão para não serem tomadas medidas e chegar a acordos fundamentais: Valorização dos profissionais, aumento dos salários e respeito pelas pessoas, que é isso que precisamos.

Precisamos que os médicos sejam respeitados, que os enfermeiros sejam respeitados, que os técnicos sejam respeitados, para que os utentes também sejam respeitados. 

A decisão de acabar as negociações de forma unilateral por parte do Ministro é inadmissível. E não vale a pena vir argumentar que temos um governo com dificuldades e que está em pré-demissão. Não, o Governo está actualmente em funções, por decisão do senhor Presidente da República, e estará por algum tempo.

Os problemas na saúde é que são preciso resolver, os tratamentos não esperam, as consultas em falta não esperam, as condições de trabalho e de valorização dos profissionais não podem esperar quatro meses. 

É urgente resolver os problemas hoje, nós estamos numa situação dramática, do ponto de vista de acesso ao Serviço Nacional de Saúde e estamos numa situação que se está a caminhar a largos passos para o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde e para entregar uma parte importante do Serviço Nacional de Saúde ao negócio da doença, que é isso que está em cima da mesa. Isso é que é preciso resolver.

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