Em condições muito exigentes os resultados confirmam a CDU como uma importante força no poder local.
Os resultados apontam para uma redução da expressão eleitoral da CDU – seja da sua votação e de mandatos, seja do número de municípios em que é força maioritária. Resultado que não traduz o reconhecido percurso de trabalho e intervenção dos seus eleitos nas autarquias, assim como condicionará negativamente as condições para ser assegurada uma gestão de acordo com os interesses das populações.
A expressão eleitoral obtida não pode ser desligada do resultado da CDU ter sido construído num quadro particularmente exigente, uma campanha que enfrentou um conjunto de factores adversos que foi contrariado e em parte minimizado pela mobilização e empenhamento de milhares de activistas e candidatos com uma importante resposta pela afirmação do trabalho, da honestidade e da competência enquanto reconhecida razão de apoio e confiança.
Um resultado que sendo em geral negativo, revela no seu conjunto elementos de resistência – com a obtenção de maioria em 12 municípios dos quais quatro são novas maiorias (Mora, Sines, Montemor-o-Novo e Aljustrel), desmentindo assim os muitos vaticínios sobre a inevitável sentido de perda da CDU e confirmando as reais possibilidades de avançar e reconquistar as autarquias onde se conheceu agora um desfecho negativo.
Elementos que adquirem particular significado tão mais expressivo quanto as condições que rodearam estas eleições e as dificuldades que foi necessário superar.
Não se pode deixar de registar a tendência positiva do resultado da CDU na cidade de Lisboa, com a eleição de João Ferreira que traduz o valor e reconhecimento da CDU como a força portadora de soluções, com o melhor projecto e os eleitos melhor preparados para assumir a gestão da autarquia, sobrepondo-se, em parte, a dinâmicas norteadas apenas para somar votos à margem de qualquer projecto sério e distinto ao que há 24 anos PS e PSD impõem à cidade.
Em todas as circunstâncias deve assinalar-se positivamente que os resultados em geral revelam o valor do trabalho da CDU, o reconhecimento da acção dos seus eleitos e dos factores de confiança que suscitam traduzido, particularmente em municípios de maioria, numa significativa expressão eleitoral quando comparada com Maio passado.
Para o resultado da CDU concorreram entre outros negativamente o peso de factores nacionais, em particular a dinâmica que tende para desvalorizar a dimensão e natureza local das eleições e em que, a deliberada confusão entre aquelas que são responsabilidades do poder local e central, acentua as consequências da prolongada campanha de mentiras e falsificação da acção e posicionamento do PCP particularmente intensificada ao longo dos últimos quatro anos e de três eleições legislativas.
Uma maior dispersão de forças políticas algumas das quais sem qualquer percurso ou vinculação à intervenção autárquica mas beneficiárias de uma ampla promoção; a valorização mediática de forças e concepções reaccionárias que contribuíram para desviar do que se decidia nestas eleições; o número significativo de alterações forçadas de cabeças de lista que sem prejuízo do valor e garantias dadas pelas novas equipes e candidatos acabou por ter; e em alguns casos dificuldades impostas a uma gestão mais afirmativa do que é o projecto da CDU pela obstaculização e boicote que outros impuseram.
A CDU saúda os milhares de activistas que, lado a lado com os candidatos, ergueram a campanha de esclarecimento e mobilização que contribuiu para a construção do resultado da CDU.
Em todas e cada uma das freguesias e concelhos os eleitos da CDU marcarão presença com o seu trabalho e obra, a sua proposta e soluções para com as populações assegurar o desenvolvimento e elevar o seu bem-estar.
A situação nacional é marcada por profundas injustiças, constrangimentos e dependências e por uma ofensiva que visa liquidar direitos e agravar a exploração.
A situação do país exige clareza, coragem e iniciativa. Clareza no combate à política de direita seja ela protagonizada por quem for. Coragem no confronto com os interesses do grande capital, com as forças reaccionárias e com as imposições da União Europeia. E iniciativa para levar por diante uma intensa intervenção política, a dinamização da luta, a defesa e aplicação dos direitos que a Constituição consagra.
Impõe-se o combate ao retrocesso que representa o Pacote laboral, desde já e com a participação na Marcha Nacional contra o Pacote Laboral, convocada pela CGTP-IN, para dia 8 de Novembro, em Lisboa.
Este é um momento de acção e iniciativa, por uma sociedade e um mundo mais justos e por um outro rumo para o País que assegure uma política patriótica e de esquerda ao serviço dos trabalhadores e do povo.