Intervenção de Carla Cruz na Assembleia de República

«Não é admissível que se adiem cuidados ou se encerrem camas porque faltam enfermeiros»

Sr. Presidente, Srs, Deputados, Srs. Membros do Governo,

Existem hoje mais cerca de 10 mil Profissionais de saúde do que em 2015.Apesar deste aumento, continua a haver carência de profissionais!

A insuficiência de assistentes operacionais e técnicos, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, enfermeiros, médicos, farmacêuticos, técnicos superiores de saúde no SNS só persiste porque o Governo tarda em cumprir as propostas apresentadas pelo PCP para reforço de profissionais e não cumpre as normas do OE, quer as que preveem a contratação de profissionais, quer do reforço do número de vagas para fixação de médicos em zonas carenciadas!

A falta de médicos especialistas não se resolve porque o PS e o seu Governo rejeitaram as alterações ao regime de internato médico apresentadas pelo PCP e adiam a concretização da abertura de concurso extraordinário para colocar os médicos que não acederam à formação especializada!

O recurso a médicos tarefeiros em vários hospitais e especialidades só acontece porque o Governo tarda em cumprir a norma do orçamento que que prevê a contratação de profissionais para pôr fim à subcontratação de empresas!

Srs. Membros do Governo,

Não é admissível que se encerrem maternidades – problema trazido pelo meu camarada Jerónimo de Sousa no debate quinzenal - como já ocorreu em Beja, Portimão e que se prepara para acontecer em 4 hospitais de lisboa. Esta situação obriga as grávidas a deslocarem-se para hospitais fora da sua residência!

Não é admissível que se adiem cuidados ou se encerrem camas porque faltam enfermeiros!

Não é admissível que se protele a contratação de técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica como está a acontecer no Hospital de Santa Maria. Este protelamento impossibilita que um acelerador linear esteja a funcionar e impede a realização de tratamentos a mais doentes!

Não é admissível que se atrase ou mesmo se cancele a preparação de medicamentos por falta de farmacêuticos.

Não é admissível que tudo isto aconteça quando o Governo tem ao seu dispor todos os instrumentos e só não os concretiza porque colocou a redução acelerada do défice e a submissão às imposições da União Europeia à frente dos direitos dos utentes e do reforço do SNS.

Não aceitamos que Hospitais e Centros de Saúde estejam meses à espera para substituir profissionais que estão de baixa!

Sr. Secretário de Estado,

Quando vão ser autorizados os pedidos de substituição feitos pelos hospitais e centros de saúde?

Quando vai ser aberto o concurso extraordinário para o acesso à formação especializada?

Quando serão abertos os concursos para novas contratações dos profissionais de saúde que fazem falta no SNS?

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