Intervenção de Paula Santos na Assembleia de República, Reunião Plenária

Não é tempo de proteger as famílias e pôr a banca a pagar o aumento das prestações?

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Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro,

Sete aumentos consecutivos das taxas de juro. Há 14 meses que as taxas de juro aumentam e a perspetiva é que continuem a aumentar e se mantenham elevadas não se sabe por quanto tempo.

As consequências são o aumento exponencial das prestações à banca. Isto quando os principais bancos em Portugal têm tido lucros absolutamente obscenos – mais de 2.500 milhões de euros em 2022 e no primeiro trimestre de 2023 aumentaram 54% para mais de 900 milhões de euros. 

O que se está a acontecer é uma transferência dos rendimentos do trabalho para o capital, em que as famílias cortam na alimentação e em diversas despesas, vão buscar as poupanças, porque a casa é a primeira despesa a pagar. E quando já não houver como pagar?

Fala de medidas cuja abrangência é extremamente limitada.  Incentiva a especulação e o negócio imobiliário, responsáveis pela situação em que nos encontramos e que só beneficiarão, os mesmos que tem ganho com a mercantilização da habitação. 

Não é tempo de proteger as famílias e pôr a banca a pagar com os seus lucros colossais o aumento insuportável nas prestações pagas pelo empréstimo à habitação?

Porque continua a recusar as soluções, como o PS fez na passada semana, para proteger a habitação das famílias?

Vai o Governo tudo fazer para evitar que as famílias entrem em situação de incumprimento ou vai manter o atual caminho de manter intocáveis os lucros da banca, mesmo que isso tenha como consequência que as famílias fiquem sem a sua casa?

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