Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Medidas provisórias no domínio da protecção internacional a favor da Itália e da Grécia

A UE tem sérias responsabilidades nos processos de desestabilização e guerras de agressão, na política de domínio económico e de saque dos recursos naturais nos países de origem destes refugiados e imigrantes, pela ingerência política e pelas intervenções militares em que tem participado activa e convictamente, nomeadamente na Síria e na Líbia. O relatório em causa branqueia totalmente estas responsabilidades e prossegue a mesma política securitária, ao promover a acção da Agência FRONTEX. É certamente determinante a solidariedade dos vários países no acolhimento dos refugiados, mas consideramos que um sistema de quotas vinculativas não irá de encontro nem às aspirações destes nem às possibilidades de países com diferentes capacidades. Muito menos estamos de acordo que o "território dos Estados-Membros" seja um "critério para determinar a chave de repartição de migrantes". Por razões humanitárias e no cumprimento da Convenção de Genebra, devem os Estados, tomar as medidas para dar o devido acolhimento a refugiados numa expressão da solidariedade para com os povos vítimas destas agressões, e a UE abandonar a sua política de militarização, neocolonialismo e exploração dos povos de África e do Médio Oriente. Pelos motivos expressos, abstivemo-nos nesta votação.

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