Internacional

«Conceitos básicos»

Fala-se hoje muito do urânio, das suas utilizações militares e das consequências para a população civil ou militar a ele exposta. No entanto o nível dos conhecimentos gerais sobre o comportamento no núcleo atómico, o fenómeno da radioactividade e respectivos riscos ou benefícios, é muito baixo originando, nuns casos, receios infundados e noutros, que a natureza dos perigos reais passem despercebidos.

«Armas de urânio, a ponta do icebergue»

O rol de declarações contraditórias, de desmentidos formais e de mentiras descaradas dos últimos dias revela até que ponto os responsáveis políticos e militares dos países membros da NATO estão desorientados com a polémica gerada em torno das armas com urânio empobrecido (depleted uranim, DU). Numa altura em que já não restam dúvidas estarmos perante a ponta de um iceberg de dimensões e consequências incalculáveis, é de temer que uma cortina de silêncio caia sobre o assunto.

«Poupem-nos!»

Já não nos lembramos se foi "a notícia do dia" mas temos a certeza que saiu em tudo onde podia sair. As televisões, não fosse alguém duvidar, mostraram mesmo o "fac-símile" da carta de Guterres a "pedir explicações" à NATO sobre o uso de plutónio, onde até se conseguia ver escrito pelo punho do Primeiro-Ministro um "Dear Mr. Secretary General". É claro que, nas circunstâncias difíceis que neste caso enfrenta, na NATO o lado para onde se dorme melhor é aquele onde estiverem cartas destas, fingidamente inquietas, preocupadas, firmes e exigentes.

«A síndroma e a sua causa»

Há uma técnica usada pelos responsáveis da OTAN para enganar a opinião pública na questão do urânio empobrecido (UE), que se impõe desmascarar. Ainda agora foi usada por Javier Solana, o ex-secretário-geral da OTAN responsável pelas guerras nos Balcãs.

«A estranha doença dos soldados búlgaros no Kosovo»

O texto que a seguir se reproduz, contando a estranha doença que afecta soldados búlgaros que prestaram serviço no Kosovo, chegou-nos via internet. A história vale por si e as fontes (*) podem ser confirmadas. Estamos perante um drama que responsáveis militares e políticos de países da NATO insistem em negar. E no entanto ele existe. As vítimas conhecidas são Danail Danailov, Emil Ivanov e Alexander Vassilev.

«Uma evidente cegueira»

Diz o povo e com comprovada razão que mais cego é aquele que não quer ver do que aquele que não o pode fazer. Se outros exemplos não houvesse bastaria dar conta desta obstinada cegueira com que os principais responsáveis políticos e militares têm seguido a questão das consequências e efeitos do urânio empobrecido sobre a saúde resultantes dos bombardeamentos da Nato à Jugoslávia para dar razão a tal afirmação.

«Síndroma dos Balcãs»

Os problemas de fundo da Jugoslávia e dos Balcãs não se resolviam e não se resolveram com uma guerra de agressão a um país soberano e independente. Na feliz expressão de François Mitterrand, não se resolve um conflito acrescentando-lhe mais guerra. O certo é que os EUA em véspera de imporem o novo conceito estratégico da NATO empurraram os seus aliados para uma aventura cujo objectivo anunciado não tinha a ver com o pretendido.

«Efeitos colaterais?»

Primeiro foi a "Síndrome do Golfo", agora é a "Síndrome dos Balcãs". As semelhanças entre os dois fenómenos são por demais evidentes: as vítimas estiveram todos num teatro de guerra onde foram abundantemente utilizadas armas com urânio empobrecido, apresentam problemas de saúde com sintomas idênticos, e os casos mortais devem-se às mesmas deficiências e/ou insuficiências.

«Uma monstruosa mentira a esconder a incúria»

A utilização de armas radioactivas no Iraque, Bósnia e Jugoslávia é um crime contra a humanidade, mas os países da NATO não assumem a responsabilidade.

«Uma mentira que vem de longe»

O interesse dos EUA no urânio empobrecido data dos anos 50, quando se deu conta de que tinha à sua disposição um subproduto, resultante do processo de que se extrai o urânio radioactivo 235, com características muito interessantes: um metal extremamente denso, que deflagra quando penetra no alvo, barato, e disponível em grandes quantidades no país.