Intervenção de Judite Barros, Membro da Direcção de Organização da Região Autónoma dos Açores, Conferência Nacional do PCP «Tomar a iniciativa. Reforçar o Partido. Responder às novas exigências»

A Região Autónoma dos Açores

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Camaradas,

Os Açores são um paraíso. Para alguns, para os que o visitam, para aqueles a quem é oferecido um postal ilustrado.

Poderiam sê-lo para todos se fossem bem governado. Mas não o são! Quem paga a factura acrescida pela insularidade, sentida de formas desiguais por todos os ilhéus, são os açorianos.

A Região Autónoma dos Açores não é governada, mas sim ‘desgovernada’. O governo formado por uma coligação e apoio parlamentar preocupa-se em sobreviver e a manter-se no poder, cedendo tudo aos seus parceiros de coligação e apoiantes parlamentares.

O PSD formou governo, aliando-se ao CDS e ao PPM; mas, precisaram do apoio parlamentar dos partidos de extrema-direita, IL e Chega: branqueando a extrema-direita. Resultado: cinco partidos, três numa espécie de governação, dois em retaguarda, a exigirem, numa 1.ª fase, lugares de execução e poder; numa 2.ª fase, a imporem medidas que em nada favorecem os açorianos mas que alimentam os seus egos e os seus lugares. Basta assistir às sessões parlamentares para se perceber a degradação do regime autonómico e, naturalmente, da própria democracia.

Três áreas, onde este ‘desgoverno’ tem apresentado um impacto muito negativo, indo, na maior parte dos casos, contra o que está consignado na CRP (documento que aparentemente desapareceu como linha orientadora das políticas a implementar na República e nas Regiões Autónomas) são o Direito à Saúde, Educação e Trabalho.

A Saúde tornou-se uma forma de manter políticos nas suas cadeiras parlamentares. Tornou-se uma jogada política, onde o presidente dos Açores cede às exigências de um líder do PPM, parceiro da coligação que com medo de perder os 80 votos que o elegeram, faz exigências estapafúrdias como retirar-se o médico do Corvo, porque é competente, é querido pela população, mas é tido como uma ameaça política. Substitui-se por um incompetente, mas é ‘do partido certo’. Em vez de um verdadeiro investimento no Serviço Regional, aposta-se na privatização, apoiando-a, condicionando os parcos recursos humanos e técnicos do SRS e, ao mesmo tempo, limitando o acesso universal dos açorianos a cuidados médicos de qualidade.

Educação! É lamentável, mas o ‘paraíso açoriano’ apresenta os piores resultados nacionais nesta matéria. Estamos no topo das tabelas pelas piores razões: números de analfabetismo, absentismo e resultados académicos maus. Os açorianos são burros? Não! Estas são as consequências da falta de investimento na Educação. Faltam professores; técnicos operacionais; recursos materiais e não satisfeitos fazem experiências digitais, sem meios, com resultados que, segundo as previsões de quem está no terreno, serão, no mínimo, duvidosas. Mas a soberba de mostrar diferente e ‘dar lições de moral’ à oposição é mais forte do que o desenvolvimento dos Açores.

Trabalho! Numa região que tem o privilégio de ter um quadro legal que permite mitigar os problemas crescentes da inflação, agravados pela insularidade, temos um desgoverno que não usa essa prerrogativa para aliviar o sofrimento dos açorianos, por exemplo, usando o Complemento de Abono de Família e de Pensões, a Remuneração Complementar e o Acréscimo Regional ao Salário Mínimo Nacional, isto na Região mais pobre de Portugal, porque ‘não há verba’, porque o dinheiro público é desbaratado em apoios ao sector privado em prioridades duvidosas, sem que daí advenha retorno nem investimento produtivo.

Nesta matéria, muito há para dizer, insularidade, coesão social, mobilidade, actividades económicas, mas falta referir um assunto de extrema importância: e o PCP?

O PCP vence nos Açores! Sempre que os nossos dirigentes fazem as ilhas do triângulo que são 4 e não 3, o PCP ganha; sempre que se deslocam ao grupo ocidental, o PCP ganha; sempre que formamos lista para as eleições nacionais ou locais, o PCP ganha; sempre que surgimos na TV, jornais ou revistas, o PCP ganha; sempre que há um novo militante, sempre que nos procuram, o PCP ganha; sempre que intervimos, o PCP ganha e se o PCP ganha os Açores ganham. Como o camarada Jerónimo de Sousa disse um dia: Resistir é Vencer! Nos Açores, o PCP resiste!

O PCP luta!
O PCP ganha!
Viva o PCP!

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