Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP, Sessão Pública de apresentação do candidato da CDU à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa

É com a CDU com que o povo português sabe poder contar

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Uma forte saudação a todos vós, aos membros do Partido Comunista Português, do Partido Ecologista “Os Verdes”, da Intervenção Democrática, a todos os independentes que estão connosco neste grande projecto da CDU. Uma saudação especial ao 1º candidato da CDU à Câmara de Lisboa, camarada João Ferreira e ao Mandatário da CDU em Lisboa, camarada Rúben de Carvalho aos quais desejamos bom trabalho e êxito nesta batalha eleitoral que é de todos nós, e que agora se inicia.

Este acto de apresentação do primeiro candidato da lista da CDU à Câmara Municipal de Lisboa, marca um primeiro momento de uma intervenção que será simultaneamente de confirmação, reafirmação e compromisso com a cidade de Lisboa, o seu povo, a sua história, tradições e cultura.

Confirmação de um percurso de trabalho caracterizado pela coerência de um projecto, pelo rigor de uma visão da cidade alicerçada naquele insubstituível conhecimento que a proximidade aos problemas permite, pela assumpção sem hesitações ou tibiezas de uma clara postura de denúncia dos desmandos e atentados que ferem o inestimável património humano e cultural que cada bairro e Lisboa no seu conjunto possuem.

Reafirmação de um património de intervenção que soube tomar nas suas mãos, quando todos os outros dela desertaram, a denúncia e defesa de Lisboa perante anos de gestão ruinosa e descaracterizadora. Reafirmação de um património de trabalho e de obra traduzida na realização e concretização directa de um projecto radicado no respeito pela cidade, pelos direitos da sua população, pelo primado dos interesses colectivos sobre os particulares.

Compromisso de futuro com um projecto colectivo assente na construção de uma ideia de cidade urbanisticamente sustentável e com vivência própria, mas sobretudo uma cidade com justiça social, solidariedade e igualdade de oportunidades para aqueles que aí vivendo e trabalhando fizeram dela a cidade de Abril. Compromisso, pois, com uma visão de cidade que necessariamente moderna e viva tem de saber manter vivas as raízes que a identificam com o que de mais profundo transporta quanto à identificação com os interesses das populações e à resposta às suas aspirações e direitos.

Nestes tempos de tantas e legítimas inquietações ditadas por uma ofensiva que destrói a vida e o sonho de tantos que aqui vivem ou trabalham; nestes tempos em que sobre o poder local se descarrega uma das mais intensas ofensivas com vista à sua descaracterização; nestes tempos em que pela própria mão da Câmara de Lisboa se destroem freguesias sacrificando identidades, tradições, vivências a pretexto de falsas racionalidades e critérios de escala; nestes tempos de políticas de esvaziamento cultural que empobrecem a cidade, limitam a criação e impedem a fruição pelas populações dos bens culturais – nestes tempos de tanta incerteza, os trabalhadores e o povo de Lisboa têm na CDU e nos seus eleitos a voz mais decisiva para afirmar os seus direitos e fazer valer as suas aspirações.

Uma voz, mas sobretudo uma presença traduzida em acção e luta em defesa do direito ao transporte contra o isolamento forçado a que estão a condenar a população; em defesa do direito à saúde contra os projectos de encerramento de hospitais e centros de saúde ou o aumento brutal das taxas moderadoras; em defesa do emprego, do pequeno comércio, do tecido produtivo; em defesa das centenas de associações, colectividades e clubes de bairro que dão vida, dimensão cultural e vida colectiva à cidade.

Nunca como hoje a presença da CDU, o reforço do número dos seus eleitos, a expressão da sua influência associou de modo tão nítido o valor dessa presença, não apenas enquanto factor de realização de políticas locais, mas também enquanto condição de afirmação dos direitos dos trabalhadores e do povo, dos seus rendimentos e salários, das suas condições de vida.

Nunca como hoje, o reforço dessa influência pode contribuir para inverter também o rumo de desastre nacional a que está a ser conduzido o país. Nunca como hoje, estas duas batalhas – a local e nacional – estiveram tão estreitamente ligadas.

Nunca como hoje, se afirma como inadiável a rejeição de um Pacto de Agressão e a derrota de um governo e de uma política que semeia a ruína e o retrocesso. Definhamento económico, desemprego massivo, falências em espiral, empobrecimento generalizado, assalto a salários e pensões de reforma, cortes nos apoios sociais, liquidação de direitos – é este o balanço de quase dois anos de um Pacto de Agressão que, subscrito por PS, PSD e CDS, tem por objectivo consagrar um programa de retrocesso social e económico que ambicionam poder perpetuar mesmo para lá do tempo de vida do chamado “memorando de entendimento”.

Neste caminho de desastre nacional que está a ser imposto ao país, é com a CDU com que o povo português sabe poder contar. No momento em que muitas das inquietações de milhões de portugueses estarão fixadas na consequência de uma política de desastre nacional que lhes arruína a vida e nega o direito a um futuro digno estas, eleições assumem uma particular importância.

Importância tão mais relevante quanto mais delas resultar um expressivo reforço da influência e presença da CDU nos órgãos autárquicos a eleger em Outubro.

Mais CDU significará mais capacidade de resolução dos problemas locais, mais força posta na representação dos interesses populares, mais força à luta e à razão de todos os que, atingidos nos seus direitos e rendimentos, não aceitam o rumo de desastre nacional a que a política de direita de PSD, CDS e PS tem conduzido o país, e aspiram a uma outra política, patriótica e de esquerda, que abra caminho a uma vida digna e um futuro com segurança.

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