Intervenção de Armindo Miranda, Membro da Comissão Política do Comité Central do PCP

Abertura da XI Assembleia da Organização Regional de Setúbal

Bom dia camaradas.

Começo por saudar todos os camaradas presentes na XI Assembleia da Organização da Direcção Regional de Setúbal do Partido Comunista Português.

Estamos a iniciar os trabalhos de um dia muito importante para o Partido na Península de Setúbal. E por isso mesmo, também para o Partido no plano nacional.

Aqui, terminaremos a fase em que no âmbito da preparação da nossa assembleia, temos estado a prestar contas do nosso trabalho ao colectivo partidário, da Organização Regional de Setúbal.

Também durante o dia de hoje, com a proposta de resolução política aprovada, ficaremos com as principais orientações e orientações a concretizar  nos próximos tempos. E são muitas e boas!

Ainda, procederemos à eleição de uma nova Direcção Regional que, terá a responsabilidade de dirigir a actividade do Partido até à realização da próxima assembleia.

É de facto um dia muito importante para o nosso trabalho. 

Vários camaradas, irão abordar o processo de construção e o conteúdo da proposta de resolução política que a Direcção Regional aprovou e que os camaradas têm em vosso poder.

Apenas uma breve apreciação da actividade do Partido, desde a última assembleia realizada em 2019 e alguns desafios para o futuro.

O nosso trabalho de direcção foi sujeito a duras exigências, para concretizar as decisões aprovadas na última assembleia e  responder à ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e das populações.

Mas também, na resposta ao intenso ataque ao Partido com que tentaram limitar a nossa actividade.

Como no resto do país, o nosso trabalho de direcção foi muito difícil nos anos da epidemia. 

Uma boa parte dos militantes incluindo parte do núcleo activo confinados durante longo tempo.

Esta situação obrigou a que fossem tomadas medidas de direcção extraordinárias para garantir o mínimo de funcionamento colectivo dos organismos do Partido. 

Tivemos de reduzir bastante o contacto directo com os trabalhadores e as populações. 

Ficamos assim privados deste alimento diário, sem o qual o nosso Partido não vive de forma saudável. 

E é assim camaradas, desde a sua criação, ao contrário de outros partidos comunistas criados naquela altura em todo o Mundo, o PCP, nasceu nas fábricas, no seio da classe operária. É lá que está o seu ADN.

E logo que, as condições o permitiram, regressámos a esse trabalho tão importante para a ligação do Partido às massas e para a luta dos trabalhadores.

Penso que estareis de acordo que destaquemos a valorosa contribuição que a ORS deu para a realização daquela valente Festa do Avante em 2021 que, em boa altura a direcção do Partido debaixo de um fogo intenso, decidiu que seria realizada e com todas as medidas de segurança. 

Neste período, tão difícil, veio ao de cima de forma mais clara, a importância dos quadros do Partido. É importante acrescentar que, quadro do Partido, são todos aqueles que têm uma tarefa regular. 

A sua importância, manifestou-se não apenas no funcionamento orgânico do Partido mas também, na actividade e na mobilização dos trabalhadores e das populações para a luta.

Camaradas, desde a 10.ª assembleia, tivemos avanços no trabalho do Partido nas empresas e locais de trabalho. 

Mas, a luta dos trabalhadores, e a transformação da sociedade que queremos, exige, uma maior presença do Partido, lá onde bate com mais força a luta de classes. 

Podemos afirmar camaradas que, entre as duas Assembleias, o nosso trabalho de direcção assegurou, no essencial, o cumprimento das principais tarefas do Partido e as exigências colocadas pelo desenvolvimento da luta na Peninsula por objectivos concretos e contra a política de direita. 

Com diferenças entre as organizações da ORS, em termos gerais, estamos a avançar na concretização das orientações da Conferência Nacional de Novembro passado. Nomeadamente no tomar a iniciativa para conhecer os problemas e aspirações mais sentidas pelos trabalhadores e populações, dar-lhe forma reivindicativa e organizar a luta pela sua resolução.

Vencer dificuldades que ainda existam e tornar este estilo de trabalho permanente, é tarefa de todas as organizações do Partido. Envolver outros democratas na sua dinamização, tem grande importância política. 

Camaradas, a ofensiva anticomunista vai continuar e a criar-nos cada vez mais dificuldades.

A resposta à situação política será cada vez mais exigente com o aprofundamento da política de direita do governo/PS.

Com todas as consequências negativas para a península de Setúbal a começar por aqueles cuja única riqueza que têm é a sua força de trabalho.

A elevação da luta de massas a novos patamares.

Tudo isto coloca a necessidade de um Partido mais forte no plano orgânico, é nesse sentido que temos de trabalhar conforme consta na proposta de resolução em discussão.

Permitam camaradas que aborde a questão da quota de forma mais específica.

Em que lugar está o valor que damos à quota para o Partido  no conjunto das despesas de cada militante a começar pelos que estamos aqui hoje?

Façamos todos esse exercício e tentemos que não fique abaixo dos cinco euros. 

Camaradas, a concretização das decisões que hoje vamos tomar neste importante dia para a nossa organização, dará certamente uma grande contribuição para a construção da alternativa política tão necessária para a vida dos portugueses que leve à prática a política Patriótica e de Esquerda que propomos ao nosso povo.

Sim camaradas, nunca devemos perder de vista esse objectivo que a luta dos trabalhadores e do povo acabará por impor . 

Um governo com mulheres e homens que estarão lá, com o sentido mais nobre da política. Apenas, para servir os trabalhadores, o povo e o país. 

Vamos então à tarefa que temos pra hoje.

Viva o PCP!

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