Intervenção de Vladimiro Vale, Membro da Comissão Política do Comité Central

Abertura da X Assembleia da Organização Regional de Coimbra

Abertura da X Assembleia da Organização Regional de Coimbra

Camaradas,

Em nome da DORC do PCP e da Direcção do Partido saúdo todos os presentes!

Esta Assembleia é o culminar de um processo de discussão nos organismos do Partido, nos plenários e nas 25 Assembleias Electivas realizadas no Distrito.

Nos últimos meses e já no processo de preparação da Assembleia realizámos várias Assembleias das Organizações do Distrito: da Concelhia de Vila Nova de Poiares, de Penacova, do Sector Intelectual, da Freguesia dos Olivais. Estando agendadas já nos próximos meses as da Concelhia de Coimbra e de Condeixa-a-Nova.

Um processo que temos que valorizar, apesar de não estar isento de dificuldades. Tal como o período entre assembleias, este processo foi marcado pela evolução do quadro epidémico COVID-19, que acentuou algumas dificuldades orgânicas.

Após a última Assembleia da Organização Regional, em 2018, o quadro político e a acção do PCP, no país e no distrito, ficaram também marcados, pelas decisivas lutas dos trabalhadores e das populações, pelas comemorações do Centenário do PCP, pela realização de actos eleitorais, em particular as eleições para a Assembleia da República em outubro de 2019 e em janeiro de 2022,  pelo sério e perigoso agravamento da situação internacional em resultado da investida exploradora e agressiva do imperialismo e por uma intensa e prolongada operação contra o PCP, sustentada na mentira, na difamação e na promoção de preconceitos. 

Camaradas,

No distrito o PCP teve um papel determinante em defesa dos Trabalhadores, na denúncia e combate à exploração e à precariedade laboral; Onde houve luta e necessidade de solidariedade lá esteve o PCP junto dos trabalhadores da empresa de limpeza (Byeva) na Universidade de Coimbra; dos Bombeiros Sapadores de Coimbra pela dignificação da carreira. Pela Contagem Integral do Tempo de Serviço dos professores. Junto dos trabalhadores da MEO/Altice, da MAHLE. da Aquinos. da Navigator. dos SMTUC, pela criação da Carreira de Agente Único de Transportes Colectivos. do SUCH, do Café Nicola em Coimbra, dos trabalhadores da AAC. da ICA , dos Estaleiros Navais do Mondego, da ERSUC,  dos trabalhadores dos Hospitais de Coimbra,  da Eurest, da Cofisa, dos Trabalhadores das Autarquias Locais, dos Funcionários Judiciais, dos Bolseiros de Investigação Científica, dos trabalhadores na Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, entre muitos outros.

Lá esteve o PCP em defesa do Aparelho produtivo. Junto dos agricultores, dos pescadores artesanais, dos compartes dos Baldios, na exigência da conclusão da obra hidroagrícola do Baixo Mondego;  na exigência de apoios à floresta e agricultura familiar; no alerta para as consequências para o comércio tradicional da abertura de grandes superfícies comerciais; na reivindicação de medidas de apoio à produção industrial;

Persistentemente mantivemos a exigência de apoios para zonas Afectadas pelos incêndios de 2017 em Arganil, Cantanhede, Góis, Lousã, Penacova, Mira, Oliveira do Hospital, Tábua e Pampilhosa da Serra. Lá esteve o PCP a avaliar os prejuízos da tempestade de Outubro de 2018 em Montemor-o-Velho. Visitando zonas afectadas pela tempestade Leslie no distrito de Coimbra. 

Lá esteve o PCP na luta pela água pública em defesa do Ambiente, denunciando problemas de poluição, exigindo meios de gestão e monitorização ambiental.

Lá esteve o  PCP na luta pela reversão da fusão dos Hospitais de Coimbra, Em defesa das Maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos, pela construção de uma maternidade no âmbito do Hospital Geral dos Covões. Em defesa dos cuidados primários de saúde. Em defesa do Hospital de Cantanhede, do Hospital Distrital da Figueira Centro Diagnóstico Pneumológico de Coimbra, do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital e pela contratação de mais trabalhadores  e a reabertura do SAP. Em defesa do internamento da unidade e alcoologia. Pela reivindicação de serviços de cuidados continuados no SNS.

Contra o encerramento, privatização e destruição de serviços públicos, estações de correio, balcões bancários.

Lá esteve o PCP na defesa da Escola Pública e pela valorização da Universidade de Coimbra. 

Na reivindicação persistente de transportes públicos acessíveis a todos, defendendo os Ramais Ferroviários da Lousã e da Figueira da Foz – Coimbra via Pampilhosa, denunciando que  “Destruir ferrovia é andar para trás”, defendendo a Estação Nova.  Defendendo os SMTUC e a melhoria das acessibilidades. Pela requalificação do IP3, sem portagens. Pelo prolongamento do IC6. 

Em defesa da cultura e do património. Juntos dos trabalhadores da cultura, dos agentes culturais e colectividades exigindo meios e um verdadeiro serviço público de cultura.

Lá esteve o PCP em Defesa de direitos liberdades e garantias, pelo direito à propaganda, por meios para a justiça.

Camaradas,

Só regularizando o funcionamento dos organismos, melhorando a sua ligação aos problemas dos trabalhadores poderemos potenciar a intervenção política do Partido. Conhecer, reflectir e intervir pela resposta aos problemas das populações.

Ligar o partido às massas. 

Importa adequar em cada organização as medidas de direcção e quadros, com vista ao reforço do Partido nas empresas e locais de trabalho;Reforçar a organização e a intervenção junto dos operários e dos trabalhadores, nas empresas e nos locais de trabalho.

Assegurar que este Partido mantém a sua natureza de classe e os seus princípios.

Reforçar a militância e o trabalho colectivo.

Acautelar a formação ideológica dos seus quadros.

Recrutar, integrar, acompanhar e responsabilizar quadros.

Contribuir para a independência financeira do PCP.

Alargar o trabalho político unitário, trabalhar com democratas e patriotas, lutar com as populações e trabalhadores por objectivos concretos.

Camaradas,

Não perdoam o papel que o PCP teve e tem na criação e defesa do nosso Regime Democrático, a defesa intransigente da Constituição da República Portuguesa, alicerçada nos valores de Abril,

Não perdoam o papel que tivemos no travar dos objectivos do governo PSD/CDS e, ainda por cima,  concretizar um caminho de defesa, reposição e conquista de direitos.

Não perdoam que a nossa acção apenas comprometida com os interesses do povo e dos trabalhadores, e que mesmo com todas as pressões não cedemos no que é fundamental. 

Não perdoam a exigência de resposta aos problemas que o País enfrentava e enfrenta. 

Não perdoam que sejam os comunistas, nas empresas e locais de trabalho, a travar os seus objectivos de divisionismo sindical ou a de formação de pseudo-organizações dos trabalhadores amigas do patrão.

Não perdoam que analisemos a situação internacional com multi-lateralidade. Recusando simplismos. Nunca esquecendo o nosso inimigo principal!

Não perdoam que continuemos relevantes e intervenientes, quando eles já nos decretaram a morte mil vezes!

Parafraseando Neruda: os comunistas por todo o lado levam pauladas, vivam os nazis, os racistas, os xenófobos, os conservadores que não lavam os pés ideológicos há quinhentos anos, os anarco-capitalistas, vivam todos menos os comunistas!

Há quem ataque o PCP porque reconhece aqui o seu inimigo de classe. 

Não esperamos outra coisa! Eles sabem quem os enfrenta

Há quem ataque o PCP sem perceber que é contra os seus direitos e a democracia que está a apontar as suas armas. 

Alguns desses, um dia acordarão e perceberão que afinal era contra o seu pobre e enganado coração que disparavam. 

Quando acordarem cá estará o PCP, junto dos trabalhadores e do Povo!

O futuro tem Partido!

A Luta continua! 

Vamos ao trabalho camaradas!

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