XXI Congresso do PCP em construção colectiva

XXI Congresso do PCP em construção colectiva

Centena e meia de quadros da Organização Regional de Lisboa do Partido participaram, faz hoje uma semana, numa reunião inserida na preparação do XXI Congresso do PCP. A abertura e o encerramento do debate estiveram a cargo de Jerónimo de Sousa.

Distribuídos pelos dois grandes salões da histórica Casa do Alentejo, em Lisboa, os participantes na reunião regional do passado dia 8 eram aqueles a quem cabe uma particular responsabilidade no desenvolvimento da actividade partidária no distrito de Lisboa: membros da Direcção da Organização Regional (DORL) e dos organismos executivos das várias comissões concelhias e sectores profissionais.

Num dos salões, ao fundo, encontrava-se a mesa que dirigiu os trabalhos – onde, para além do Secretário-geral, estavam Francisco Lopes e Armindo Miranda, dos organismos executivos do Comité Central (CC), e ainda Ricardo Costa e Inês Zuber, do CC. No outro, contíguo, os participantes acompanharam o debate através de um ecrã gigante e podiam solicitar o uso da palavra junto dos camaradas que ali assumiam essa função.

A abrir o debate, e antes de entrar na apresentação das Teses/ projecto de Resolução Política, aprovada pelo Comité Central a 19 e 20 de Setembro (ver página 6), Jerónimo de Sousa destacou a singularidade – e superioridade – dos congressos do Partido no que respeita à sua democraticidade. É que, ao contrário de outras forças políticas, em que os militantes apenas são chamados a apoiar um ou outro candidato a chefe, no PCP têm um papel activo e determinante na definição das orientações, participando no processo de preparação do Congresso, que se prolonga por vários meses.

Debate amplo e profundo

A preparação do XXI Congresso do PCP iniciou-se em Março, com a aprovação pelo CC de um conjunto de tópicos para debate. Apesar da situação complexa que então se vivia, provocada pelo surto epidémico de COVID-19, a discussão foi profícua: para além das 46 reuniões e 88 plenários realizados no distrito de Lisboa até ao final de Maio, tomou-se medidas para garantir a contribuição individual dos militantes. As Teses agora em discussão nasceram desse debate e das contribuições propostas pelos membros do Partido.

Depois de valorizar a discussão travada nos últimos meses, Jerónimo de Sousa destacou a importância particular da terceira – e última – fase de preparação do Congresso, que agora se iniciou, apelando ao envolvimento de «todo o colectivo partidário» na discussão das Teses. Para o Secretário-geral, o contributo de «todos e cada um» dos membros do Partido é a mais sólida garantia de que as análises e orientações definidas no final de Novembro serão o mais acertadas possível.

O momento particularmente complexo que se vive, pelas questões e desafios que suscita, acrescenta premência a um debate partidário tão profundo quanto possível, acrescentou Jerónimo de Sousa. Entretanto, fez saber outro orador, no distrito de Lisboa estão já marcadas perto de duas centenas de reuniões e plenários.

Garantir uma grande participação militante

As Teses actualmente em discussão no colectivo partidário não nasceram do zero, resultando antes da reflexão e intervenção anteriores do Partido e do debate travado na primeira fase de preparação do Congresso.

Se até ao momento, como salientou Jerónimo de Sousa no final da reunião, tendo mesmo em conta o debate ali travado, os membros do Partido demonstram um acordo geral com o conteúdo das Teses e com as perspectivas e orientações ali expressas, isso não retira a importância de prosseguir e aprofundar o debate. Há seguramente muito a afinar, acertar, corrigir e só o colectivo militante comunista o poderá fazer.

Este funcionamento profundamente democrático não só distingue o PCP dos restantes partidos como constitui um poderoso cimento de unidade e coesão internas. Para este congresso, dadas as condições particulares em que se realiza, terá de ser feito um esforço particular para assegurar o envolvimento e participação o mais alargados possível na sua preparação, desde logo garantindo os espaços apropriados para a realização das reuniões e plenários.

A experiência da primeira fase e as centenas de iniciativas entretanto realizadas em todo o País servem de inspiração e exemplo.

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