Intervenção de Carlos Gonçalves, Membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, XX Congresso do PCP

A informação, propaganda e comunicações electrónicas

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Camaradas

O mundo vive uma acentuada agudização da luta de classes. No plano ideológico e comunicacional a ofensiva imperialista, apoiada na rede de multinacionais da comunicação, assume enorme dimensão, com o objectivo de mistificar a natureza exploradora e opressora do capitalismo e ocultar o ideal e o projecto comunista.

No nosso País, o controlo pelo capital monopolista dos principais meios de comunicação, que se impõe denunciar e combater, fez deles um poderoso instrumento de dominação ideológica.

Na nova fase da vida política nacional, apesar das limitações do Governo PS, intensificou-se a ofensiva para reverter o processo em curso de defesa, recuperação e conquista de direitos dos trabalhadores e do povo, e para tentar impedir que se criem condições para a política patriótica e de esquerda de que o país precisa e para o reforço do Partido.

Do arsenal dessa ofensiva ideológica releva o anticomunismo e a promoção desmedida dos cucos que visam tapar o PCP e sua intervenção.

A sistemática ocultação, discriminação, deturpação e caricatura do Partido na comunicação social dominante, num coro afinado e comandado de longe, tem impacto negativo na consciência política dos trabalhadores e do povo.

A pregação mediática da mentira organizada, das inevitabilidades e da resignação, a promoção de conteúdos e protagonistas ao serviço do grande capital impõem o esclarecimento, a denúncia e o protesto.

E exigem ao Partido uma intervenção junto da comunicação social, persistente, cuidada e dirigida, no plano político e ideológico, repondo a verdade e afirmando as nossas posições, propostas e iniciativas.

Camaradas e amigos

Relativamente a outras forças políticas, a informação e propaganda do nosso Partido assume os elementos distintivos da nossa base teórica, identidade e projecto e da nossa experiência revolucionária.

O PCP tem critérios de rigor e verdade e procura que, no conteúdo e na forma - escrita, fixa, audiovisual ou electrónica - a acção de informação e propaganda seja clara, impressiva, oportuna e eficaz, uma ferramenta de esclarecimento e ligação às massas e à sua luta, de intervenção e reforço do Partido.

E deve ser uma tarefa de todo o Partido, dos organismos responsáveis, centrais e regionais, e de todos os militantes, uma tarefa que tem avançado, mas que é necessário melhorar, potenciando recursos, forças e saberes, e articulando com os avanços da organização.

Neste quadro de mistificação ideológica e discriminação informativa, é ainda mais decisivo que a mensagem do Partido seja concretizada em tempo útil, para esclarecer as atoardas do grande capital e dos seus instrumentos.

As acções e campanhas nacionais de propaganda têm grande importância na unificação da intervenção do Partido, mas é também muito importante a informação das células e organizações de base aos trabalhadores e às populações, intervindo nos problemas concretos.

Por exemplo, na campanha «mais direitos, mais futuro, não à precariedade», é necessário ir ainda mais fundo na denúncia das iniquidades em tantas empresas, com efeitos positivos na luta, na vida dos trabalhadores e no prestígio do Partido.

E é uma questão central, de defesa de direitos constitucionais e dos interesses dos trabalhadores, prosseguir o combate às discriminações, ilegalidades e tentativas de impedir a liberdade de acção e expressão do Partido e a sua propaganda.

Camaradas

As comunicações electrónicas via Internet, são controladas por transnacionais (para não falar das agências de espionagem do imperialismo), o que tem de ser desmascarado e combatido com determinação, mas ainda assim camaradas, as comunicações electrónicas são um meio de intervenção importante na comunicação, informação e propaganda do Partido.

Esta é uma direcção de trabalho que não pode ser ignorada nem absolutizada e que coloca exigências específicas, que vamos continuar a aprofundar e estruturar.

O sítio do PCP na Internet e outras páginas na rede, nomeadamente regionais, têm de alargar o seu papel na divulgação da intervenção do Partido. Importa potenciar o que existe, avaliar capacidades e experiências nas redes sociais, envolver o colectivo e continuar a avançar.

É necessário formar quadros, avançar na informação para grupos específicos, garantir a coerência da mensagem e articular a presença do PCP na internet com a intervenção dos comunistas nas redes sociais, assumindo sempre as posições do Partido e alargando a sua influência.

Para que se concretize em Portugal uma política patriótica e de esquerda, no rumo da democracia avançada, do socialismo e do comunismo.

Viva o XX Congresso.
Viva o Partido Comunista Português!

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