Declaração de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP

Visita à Feira Nacional de Agricultura

Ver vídeo

''

É com muito gosto que estamos aqui na Feira Nacional de Agricultura. Não há nada como ver com os nossos olhos as potencialidades que temos também neste sector para o país avançar. Não é por falta de vontade, não é por falta de dedicação, não é por falta de gosto dos agricultores, não é por falta de condições climatéricas, não é por falta de condições de terreno que o país não avança também no sector agrícola. 

Mas para isso é preciso uma opção fundamental que é apoiar. Apoiar a produção, apoiar a capacidade produtiva (e nosso país tem condições extraordinárias para, desde logo, aumentar a sua produção), apoiar a agricultura, apoiar os agricultores, em particular os pequenos e médios agricultores, porque eles têm a vantagem de ocupar também o território nacional, com todas as vantagens que daí decorrem. 

Mas para isso é preciso olhar para este sector como uma potencialidade do ponto de vista nacional. Ora, a política de direita de sucessivos governos está longe de ser capaz de concretizar essa potencialidade. Aliás, basta ver que rendimento dos agricultores baixou o ano passado em 11% e até o défice da balança comercial aumentou em 50% no ano passado. 

Nós temos capacidade de produzir, temos gente com vontade de produzir, temos gente com a mão da terra. Façamos por isso que é a questão fundamental que se coloca. E é preciso também, de uma vez por todas, acabar com esta mistificação que foi criada, que é preferível comprar lá fora do que produzir cá dentro. A falácia dessa teoria está-se a ver todos os dias. 

Portanto é preciso dar este apoio, apoiando esta gente, apoiando a produção, em particular, como disse, os pequenos e médios agricultores que têm um papel fundamental e que são aqueles que são sempre os mais espremidos.

Foram os que ficaram de fora de um conjunto de apoios que ainda não receberam, foram os que viram reduzido o seu apoio, nomeadamente no PEPAC. Portanto é preciso contornar essa questão. 

Saímos daqui neste primeiro contacto com a Feira, com ideia clara das potencialidades do sector, com a vontade de trabalhar, e é preciso que também haja opções políticas que respondam a essa vontade. 

Desde logo, uma questão que é fundamental, é de olhar para o país com as suas características, com as suas potencialidades e fazer um caminho, do ponto de vista da produção agrícola, que corresponda às nossas necessidades e não propriamente estarmos à espera daquilo que vem dos decretos que vêm da União Europeia que, está visto e comprovado, têm em conta tudo, menos as necessidades do país.

  • Economia e Aparelho Produtivo
  • Central
  • Agricultura