Pergunta ao Governo N.º 948/XII/3.ª

Utilização plena da capacidade do Centro de Assistência Social Lucinda Anino dos Santos (CASLAS), em Lagos

Utilização plena da capacidade do Centro de Assistência Social Lucinda Anino dos Santos (CASLAS), em Lagos

Uma delegação do Partido Comunista Português visitou o Centro de Assistência Social Lucinda Anino dos Santos (CASLAS), em Lagos, tendo reunido com a sua Direção.
O CASLAS, fundado em 1931, dispõe atualmente de várias valências: jardim-de-infância e creche, lar de infância e juventude, centro comunitário, centro juvenil e unidade de apoio a pessoas com deficiência.
Esta última valência está organizada em três unidades distintas e complementares: Lar Residencial, destinado a pessoas com deficiência motora, de ambos os sexos, dos 16 aos 55 anos, que necessitam de apoio nas suas atividades da vida diária; Centro de Atividades Ocupacionais, que tem como objetivo permitir às pessoas com deficiência motora grave ou moderada realizar um conjunto de atividades que contribuam para melhorar o seu bem-estar; e Unidade de Reabilitação Profissional, que dá resposta ao nível da formação e integração profissional de pessoas com deficiência.
O Lar Residencial tem capacidade para receber 40 utentes, dispondo de 20 quartos duplos, sala de convívio, enfermaria, refeitório e lavandaria. Contudo, o acordo com a Segurança Social apenas contempla 30 utentes, pelo que o Lar Residencial do CASLAS está a funcionar abaixo da sua capacidade.
Há cerca de dois anos, o CASLAS apresentou à Segurança Social um pedido de alteração do acordo, para que este passasse a contemplar 40 utentes no Lar Residencial. A Segurança Social ainda não respondeu. Esta atitude da Segurança Social é tanto mais inadmissível, quando se sabe que existe uma lista de espera com mais de 20 pessoas com deficiência que aguardam uma vaga no Lar Residencial.
Ao não dar resposta a este problema, o Governo está a desrespeitar a sua obrigação, consagrada no art.º 71.º da Constituição da República, de realizar uma política de reabilitação e integração das pessoas com deficiência e de apoio às suas famílias e a assumir o encargo daefetiva realização dos seus direitos.
Pelo exposto, com base nos termos regimentais aplicáveis, venho por este meio perguntar ao Governo, através do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, o seguinte:
1.Por que motivo não respondeu a Segurança Social ao pedido, formulado há dois anos pela Direção do Centro de Assistência Social Lucinda Anino dos Santos (CASLAS),de alteração do acordo com a Segurança Social para que este passasse a contemplar 40 utentes no Lar Residencial em vez dos atuais 30?
2.Considera o Governo admissível que a Segurança Social não responda ao pedido da Direção do CASLAS, sabendo que o Lar Residencial tem capacidade, quer ao nível de instalações quer ao nível de pessoal especializado, para admitir mais 10 utentes e que existe uma lista de espera de mais de 20 cidadãos com deficiência que aguardam uma vaga para entrar neste Lar Residencial?
3.Considera o Governo aceitável que cidadãos com deficiência tenham de aguardar longos períodos em lista de espera para receberam apoio especializado em instituições vocacionadas para o efeito, quando existe capacidade subaproveitada nessas mesmas instituições?
4.Irá a Segurança Social alterar o acordo com a CASLAS, permitindo que esta instituição receba mais 10 cidadãos com deficiência no seu Lar Residencial?

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