Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

União Bancária - relatório anual de 2019

A União Bancária enfraqueceu ainda mais o controlo dos Estados-Membros sobre os seus sistemas bancários, situação que tem sido particularmente gravosa nos países mais periféricos e mais fustigados pela crise económico-financeira.

Os mecanismos, instrumentos e organismos que sustentam a União Bancária têm posto às claras para que serve e quem serve este projeto político: a criação de um oligopólio pan-europeu; a defesa dos interesses do grande capital bancário do diretório europeu; impedir a possibilidade de um genuíno controlo público do sector bancário da economia e limitar ainda mais a soberania económica dos países mais débeis e periféricos, como Portugal.

A resolução do BES - projecto-piloto da União Bancária - e a venda do Novo Banco a um fundo abutre, como o aval das instituições da UE, já lesou em vários milhares de milhões euros o Estado Português. Uma resolução e uma venda que todos os anos retiram vultuosos recursos aos cofres públicos. A solução para o sector bancário português, para o financiamento da economia real, para as necessidades de desenvolvimento de Portugal não passa pela finalização da União Bancária.

Passa sim pela recuperação para o Estado português do controlo deste sector estratégico da economia e por uma gestão que assente no interesse público e nacional.

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