Valorizamos a experiência de funcionamento da Assembleia Parlamentar Paritária que integra parlamentares europeus e dos países ACP (África, Caraíbas e Pacífico).

É lamentável que ela venha sendo desvalorizada pelo Conselho e, em certa medida, pelo próprio Parlamento Europeu.

Esta assembleia tem-se revelado um espaço muito rico de cooperação, de conhecimento mútuo e de troca de experiências. Um espaço onde ficam bem patentes as contradições que resultam do desenvolvimento desigual do capitalismo, das profundas assimetrias e desigualdades que percorrem o mundo actual.

Um espaço onde ficam patentes as contradições entre um discurso “amigo” do desenvolvimento, por parte da União Europeia, e as políticas sectoriais concretas – que sistematicamente minam e subvertem as declarações de boas intenções.

As contradições de quem vai apontando o dedo, em tom paternalista e quantas vezes com inconfessadas ambições de recorte neocolonial, sem olhar à desgraça que grassa na sua própria casa, sem olhar aos desastrosos resultados domésticos das políticas e opções que quer impor a outros.

É com este pano pano de fundo que travaremos a importante discussão sobre o futuro da política de desenvolvimento pos-2015.