Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral, Comício «Lisboa, pelo direito à cidade»

Temos direito à cidade, Lisboa precisa de mais CDU

Permitam-me uma palavra de solidariedade para com as populações, as forças de segurança, da Protecção Civil, em particular aos bombeiros, que enfrentaram uma dramática situação com os incêndios que devastam o País, em particular na zona Centro e Norte.

Uma palavra também de repúdio para todos os que demagogicamente vêm agora repetir velhas e gastas afirmações de intenções, prometer e exigir tudo agora, como se não tivessem nada a ver com as opções de fundo que nos trouxeram a este ciclo infernal de incêndios, morte, e devastação.

Para esses tem de ficar o peso na consciência das suas opções.

Uma saudação a todos os presentes e, julgo que estarão de acordo que saúde de forma particular o João Ferreira, o candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Lisboa. É um orgulho e um privilégio ter o João Ferreira como primeiro candidato da CDU. Um candidato que é da população de Lisboa.

Quando outras forças procuram eventuais candidatos, aqui estamos nós, com o candidato mais preparado e o melhor presidente que a população de Lisboa poderia e pode ter.

O João é o primeiro de uma equipa que tem todas as condições para transformar Lisboa e colocá-la ao serviço de quem deve estar, dos que cá vivem, dos que cá trabalham, dos que têm direito à cidade, à sua cidade.

Uma equipa de uma força constituída por gente muito diversa, gente independente e até de pessoas que apoiando outras forças em outros momentos sabem que é aqui na CDU que está o projecto, o seu projecto de construção colectiva, com as soluções para as suas vidas.

Um projecto, uma força, um desafio do qual são integrantes o Partido Ecologista «Os Verdes», a Associação Intervenção Democrática, nossos amigos e aliados que saudamos.

Todos, com a sua dedicação, a sua entrega, a sua experiência, o seu saber e a sua luta, constituem a CDU como a força de trabalho, honestidade e de competência.

Somos uma força única, distinta e com provas dadas.

E deixamos aqui o desafio, comparem o nosso trabalho, comparem o nosso projecto com o dos outros, façam-no, aqui em Lisboa e em todo o País, façam-no nas câmaras e assembleias municipais, mas também nas juntas de freguesia onde a CDU é maioria, façam-no onde estamos em minoria mas onde temos eleitos.

Comparem e verão que a CDU é diferente de todos os outros, verão que o projecto da CDU é distinto, coerente e consequente, verão que a CDU é mesmo trabalho, honestidade, competência, é a força do presente e do futuro com capacidade de responder aos problemas das populações, enfrentar novos desafios que aí estão e outros que se vão colocar.

Deixamos um apelo a todos os que justamente ambicionam a uma vida melhor. Convirjam connosco na defesa do Poder Local Democrático, a sua autonomia, o reforço dos seus meios.  Na defesa do seu papel único e particular, não para substituir aquilo que tem de continuar a ser função do Governo, mas para ser capaz de dar resposta àquilo que lhe incumbe.

Reforcem com a vossa participação esta força que valoriza, respeita, cumpre e faz cumprir os direitos dos trabalhadores das autarquias, pelo aumento dos salários, pela defesa das 35 horas, mesmo quando muitas outras cederam às 40 horas impostas na altura da troika.

Sejam construtores da CDU, esta força que luta pelo transporte público num caminho tendencial de gratuitidade, também aqui com trabalho feito e uma acção absolutamente decisiva, nomeadamente no que toca ao passe social único e à Carris Metropolitana.

Convirjam connosco nesta força que tem contribuído de forma inconfundível para a democratização do desporto e da cultura, para projectos educativos, para o movimento associativo e popular.

A força que nas autarquias, nas freguesias, nos concelhos, por todo o País, se bate de forma intransigente pela habitação, pelo SNS, pela Escola Pública, pelo pré-escolar, por uma rede pública de creches que dê resposta a toda a população, que está na linha da frente na defesa de todos os serviços públicos e de todos os direitos consagrados na nossa Constituição.

Que vê a água como bem público, exclusivamente público, irredutivelmente público.

Assim como devem permanecer públicas funções cruciais de gestão: a limpeza, os espaços verdes, a recolha de resíduos, o saneamento.

A força que se opõe às privatizações e luta activamente para reduzir os seus impactos, como é o caso do serviço postal.

A força da boa organização do espaço urbano, da promoção de zonas verdes, da preservação paisagística e da atenção e resposta às condicionantes de risco ambiental.

Elementos distintivos que fazem da CDU uma força insubstituível, que entende o Poder Local como aquilo que de facto é, conquista de Abril, que tem contribuído, contribui e continuará a contribuir para aprofundar e levar ainda mais longe Abril, o seu projecto e ideais.

É enquanto conquista de Abril, é enquanto elemento progressista e transformador, ao serviço do povo, que o Poder Local Democrático está sujeito aos ataques da política de direita, que a todo o momento o tenta limitar e constranger.

Também na defesa do Poder Local Democrático a CDU foi e é vanguarda, e continuará a sê-lo, teve e tem provas dadas como nenhuma outra força e continuará a tê-las. É esta a convergência, é esta a frente, é esta a esquerda que importa reforçar.

Juntos e com mais força é possível dar resposta aos reais problemas das populações.

É este o apelo que deixamos e estamos certos que levará a que muitos se juntem à CDU e dêem mais força para que seja possível levar por diante um projecto, uma ideia, um caminho de combate às injustiças e desigualdades e para uma vida melhor. 

Temos direito à cidade, Lisboa precisa de mais CDU.

É para isto, para os conteúdos, para um projecto e a vida melhor que é preciso convergir. Porque isto não vai lá com proclamações e processos de intenção, isto não vai lá com apaixonadas alternâncias de estilo aparentemente diferentes mas infelizmente com práticas demasiado semelhantes. É assim nas autarquias, é assim no poder central.

São vários, profundos e graves os problemas com que estamos confrontados, responsabilidade de sucessivos governos de PS, PSD e CDS, com Chega e IL a procurarem em cada momento levar mais longe a política de direita. 

Problemas transversais a todo o País e que aqui em Lisboa também se fazem sentir com particular intensidade.

Problemas que não encontram resposta, mas sim continuidade e aprofundamento, por parte do actual Governo, interessado em servir, não o povo, não os trabalhadores, não quem cria a riqueza, não os jovens, não quem trabalhou uma vida inteira, não os migrantes, mas sim os grupos económicos.

Interessado não em resolver os problemas, as dificuldades e os sacrifícios que o povo sente, mas sim em aproveitá-los para abrir novas oportunidades de negócio para o grande capital.

É nesta linha, para lá de toda a propaganda e de todas as manobras, que o que se sente e se vê são os vários ataques a que continuam a estar sujeitos os vários serviços públicos, em particular a Escola Pública e o SNS.

Insistem-se nas privatizações e nos crimes económicos que privam o País de importantes instrumentos de soberania.

O novo aeroporto continua a marcar passo, optando-se pela extensão de um aeroporto esgotado e a precisar de ser substituído com urgência, e que tem de sair da cidade de uma vez por todas.

Sobre o grave problema que atravessamos na habitação, apresentámos várias propostas concretas na semana passada, propostas que passam pelo fim da Lei dos Despejos, pela regulamentação e consolidação da Carta Municipal de Habitação e pelo combate à especulação. Como tantas vezes dizemos, o problema não é faltarem casas. O problema é faltarem casas que as pessoas possam pagar. 

Então, se o problema é a especulação nas casas, a solução não pode ser a especulação nos terrenos, como o Governo vem propor com a liberalização dos solos: a solução é atacar a especulação, a solução é uma política de solos e de desenvolvimento urbano orientadas pela justiça social, para o interesse público.

Podem contar connosco, hoje e sempre, aqui em Lisboa e em todo o País, para todos estes combates.

Não iludindo as dificuldades, mas também não ignorando as possibilidades, olhemos para esse tempo com confiança, com audácia, com iniciativa, com alegria e com a certeza de que é incomparável o projecto autárquico da CDU. 

Um projecto ao serviço do povo. 

Um projecto que não pode ser diluído para que passe a ser igual aos outros. E nós não queremos ser iguais aos outros e o povo de Lisboa não precisa que nós sejamos iguais aos outros.

Um projecto que tem de ganhar cada vez mais gente. E que graças a este grande colectivo irá mesmo crescer.

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