De acordo com declarações de Mario Draghi na Comissão dos Assuntos Económicos e Monetária do passado dia 22 de Setembro, o BCE demarca-se de toda a supervisão bancária realizada em Portugal. Desta forma, rejeita qualquer responsabilidade relativamente ao sucedido com o BES, Banco Espírito Santo, que escassos meses depois de ter passado com nota positiva nos testes de stress, acabou por levar à injecção de 5 mil milhões de euros de fundos públicos para evitar a sua falência.
Posto isto, venho por este meio colocar ao BCE e ao seu presidente as seguintes questões:
1) Será que a estratégia e a metodologia da supervisão bancária levada a cabo pelo Banco Central Português é completamente autónoma ou decorre de um guião comum ao sistema europeus de bancos centrais?
2) Sendo até agora a supervisão bancária uma responsabilidade directa dos bancos centrais nacionais, não prevêem igualmente os tratados que esta supervisão bancária seja acompanhada pelo Eurosistema?
3) Perante, a demarcação do BCE face à supervisão levada a cabo pelo Banco de Portugal, relativamente ao BES, mas igualmente em relação ao BPN, ao BPP e ao BANIF, que novidades irá apresentar o BCE quando, a partir do próximo dia 1 de Janeiro, irá assumir a supervisão bancária dos 120 maiores bancos europeus, designadamente em relação aos testes de stress?