Aproveitando-se do legitimo sentimento de insegurança motivado pelos recentes atentados em solo europeu - exacerbados quer pela comunicação social quer pelas forças políticas da social democracia à extrema direita –, a direita e a social democracia fizeram aprovar em plenário, a proposta de PNR, registo de identificação de passageiros, anteriormente rejeitada.
Instigados pelos acontecimentos recentes, os defensores deste sistema advogam com a retórica de sempre, e sob o pretexto do "combate ao terrorismo", a rápida implementação do sistema como forma de prevenir e evitar "atentados terroristas". Está por provar que qualquer desses vis actos tivessem sido evitados se acaso o sistema estivesse em vigor.
A proposta prevê a criação de perfis de passageiros, que permitam identificar potenciais suspeitos de eventuais actos ilícitos, através da imposição de cedência de dados das companhias aéreas aos Estados-Membros, por um período de 5 anos, sem garantia da sua salvaguarda. Na prática, todo e qualquer cidadão, europeu ou estrangeiro, que viagem dentro da UE, é considerado um suspeito à partida, o que justifica a recolha e manutenção de dados, que permitirá, muito para lá do combate ao terrorismo, identificar e criar perfis, para lá do crime, de sindicalistas, activistas políticos, entre outros, servindo a postura securitária e de cerceamento de liberdades e direitos.
Votámos contra.