Estamos perante mais uma resolução com um inaceitável cariz de ingerência. Apresentada como uma resolução direccionada apenas para a questão humanitária, afigura-se como um texto de evidente parcialidade, tratando por igual o que não é igual. Omite-se os processos de investigação em curso sobre o ataque ao comboio humanitário, ou a responsabilidade dos EUA na violação do cessar fogo com um bombardeamento aéreo. A referência a factos concretos desprovidos de contexto, serve os interesses de quem, em nome da causa humanitária prossegue outros objectivos. A história demonstra como o apelo à intervenção humanitária precedeu, em várias situações, uma escalada bélica, de intervenção militar e ocupação. Assim foi com a resolução aprovada neste Parlamento antes da intervenção militar na Líbia.
A resolução não só toma partido por um dos lados, como, ao mesmo tempo que omite a necessidade de decidido combate às forças terroristas no terreno, não reconhece o direito ao governo sírio de se defender num conflito que dura há mais de 5anos e que foi promovido e financiado pelo exterior, cumprindo a agenda dos EUA de desestabilização e controlo do médio oriente, instrumentalizando legitimas e justas aspirações do povo sírio. Causas que são omissas por óbvia cumplicidade.
Obviamente votámos contra.