A presente resolução dá seguimento às anteriores iniciativas sobre a Hungria, que se têm promovido no Parlamento Europeu. País com um governo reaccionário, proto-fascista, que tem implementado um conjunto de medidas de cerceamento das liberdades democráticas, individuais e colectivas, impondo um regime autoritário para com os seus. Postura que se estende de forma ainda mais vil aos que àquele país chegam, por via do êxodo em massa de milhares de migrantes, com relatos de maus tratos, agressões e negligência, a que se soma o muro que a todos envergonha, mas que não é já referência única entre estados-membros.
A reboque deste enquadramento, o Parlamento Europeu votou esta resolução que é um tratado à ingerência por um lado, com um apelo inaceitável à activação do artigo sétimo do Tratado da União Europeia, e à hipocrisia por outro, quando crítica de forma veemente a postura da Hungria na crise migratória, num momento em que toda a política da União Europeia para a migração se baseia no retorno da larga maioria dos migrantes que recebe, sem conseguir responder de forma digna, no imediato, às suas mais elementares necessidades.