Nesta campanha eleitoral, nesta luta por tudo quanto importa na vida dos trabalhadores, do Povo, da juventude e do País, afirmámos a CDU como força de coragem, de seriedade e de confiança.
Saudamos os activistas da CDU, e em particular os nossos companheiros de coligação o Partido Ecologista “Os Verdes” e a associação Intervenção Democrática.
Saudamos os comunistas, ecologistas, mulheres e homens sem filiação partidária que fizeram desta campanha eleitoral uma notável jornada em defesa de um novo rumo para o País.
Saudamos a juventude, a quem nos dirigimos de forma particular ao longo da campanha e que com a sua participação deu força, alegria, criatividade a uma campanha eleitoral assente na denúncia dos problemas e nas soluções para o País.
Saudamos todos os que votaram na CDU e em particular os que o fizeram pela primeira vez.
O resultado da CDU marcando resistência num quadro particularmente exigente e face a múltiplos vaticínios, não reflecte nem a expressão de apoio e reconhecimento que a campanha mostrou, nem o que a situação do país exigia de uma CDU mais reforçada para responder aos problemas, para enfrentar as forças e projectos reaccionários.
Um resultado inseparável de factores objectivos e subjectivos em que pesaram a difusão de elementos de preconceito, a recorrente falsificação e menorização da CDU e das suas propostas, uma opção eleitoral ditada não pela resposta aos problemas de cada um mas condicionada por alegadas disputas de maiorias eleitorais.
Como afirmamos em toda a campanha, cada voto na CDU conta.
Nenhum voto na CDU será desperdiçado.
Nenhum voto na CDU será traído.
Cada voto na CDU é uma expressão de compromisso com um outro rumo na vida política nacional, um voto de exigência de ruptura com a política de direita e que contarão para enfrentar com coragem a direita e a extrema-direita e os interesses do capital.
Podem os trabalhadores e o povo contar com iniciativa e intervenção da CDU para dar resposta e solução aos problemas que aí estão.
Salários, pensões, saúde, habitação, educação, direitos das crianças e dos pais, das mulheres, da juventude, o ambiente, a conservação da natureza, a solidariedade com a Palestina.
Podem contar com a CDU para defender a liberdade, democracia, a constituição e a Paz.
A composição da Assembleia da República tem uma evolução negativa, marcada pelo crescimento da AD (PSD e CDS), do Chega e da IL.
O resultado obtido pela AD foi alcançado a partir da instrumentalização da ideia de “estabilidade governativa” a partir de uma política que promove todos os dias a instabilidade na vida de cada um, do uso e abuso ilegítimo de actos de um governo em gestão, da vitimização que procurou fomentar, associado à falta de credibilidade do PS que, não só não assumiu uma perspectiva de caminho e soluções distintas às da AD como, antecipadamente se mostrou disponível para viabilizar um seu governo.
O resultado obtido pelo Chega é inseparável dos meios – financeiros, mediáticos e outros - que hoje estão colocados pelo capital ao serviço da promoção de um quadro de valores reaccionário e anti-democrático, favorecendo forças que alimentam a demagogia, a mentira, a manipulação e o ódio, elementos amplamente evidentes nesta campanha.
O quadro institucional agora resultante, com uma maioria na AR de PSD, CDS, Chega e IL, independentemente dos arranjos que venham a verificar-se entre estas forças, comporta o perigo da intensificação da agenda retrógrada, neoliberal e anti-social.
Este é o momento para cada um dizer com clareza e coragem, sem tactismos, ao que está e ao que vem.
Face a estes resultados eleitorais que não subestimamos, este não é tempo de conformação ou de entendimento com a direita e as suas concepções reaccionárias, retrógradas e antidemocráticas. Este não é o tempo de dar a mão à direita, de dar suporte à sua política anti-popular.
Este é o tempo de combate à política de baixos salários e pensões, de ataque aos direitos dos trabalhadores e aos serviços públicos, de negação do direito à habitação, de privatizações e outras grandes negociatas, de mais e mais injustiças e favores ao capital, de submissão nacional e corrida aos armamentos.
Este é o tempo de democratas e patriotas assumirem o caminho da resistência e da luta contra o retrocesso e abrir o caminho de que Portugal precisa.
Desenganem-se os que acham que o neoliberalismo e a acção reaccionária se vão impor, que a luta dos trabalhadores e do povo vai deixar arrasar os seus direitos e fazer regredir o País.
A situação evidencia ainda mais o papel decisivo da luta dos trabalhadores e do povo, a necessidade da acção comum de democratas e patriotas, a importância da CDU e dos seus deputados para enfrentar a política de direita e o governo que a concretize, para enfrentar os projectos reaccionários e a revisão subversiva da Constituição da República.
Os trabalhadores, o povo e a juventude, contam com o PCP e a CDU e nós contamos e confiamos na sua força, capacidade e luta.