O presente relatório não se distingue dos de anteriores anos. Caracteriza-se, no essencial, por uma visão manipuladora e redutora dos direitos humanos - políticos, sociais, económicos e culturais -, utilizando-os como justificação de ingerência e pressão política sobre países terceiros. Regista-se a postura branda ou de omissão com países alinhados com as políticas e estratégia da UE por oposição com a abordagem a países duramente criticados. Críticas que, na maioria, se ficam a dever não às suas práticas, mas a não serem submissos ao imperialismo norte-americano e à UE.
Gritante, a omissão às grotescas e sistemáticas violações dos direitos humanos que ao longo de 2015 se foram somando em variados estados-membros na resposta à crise humanitária dos refugiados, quer por decisão própria de cada Governo, quer pela implementação das criminosas políticas de migração que a UE impôs, políticas que alimentam e promovem o racismo e a xenofobia.
Persiste a omissão a situações gravíssimas como o Sahaara Ocidental e a Palestina, passando um pano sobre a agressão de Marrocos e Israel àqueles povos.
Nem uma palavra quanto às consequências das políticas de austeridade, e a degradação das condições de vida e violações de direitos humanos que também daí decorrem: pobreza, exclusão social, fome, perda de habitação.
Votámos contra.