Intervenção de João Pimenta Lopes no Parlamento Europeu

Sobre os progressos relativos aos Pactos Mundiais das Nações Unidas sobre Migrações Seguras, Ordenadas e Regulares e sobre Refugiados

Senhora Mogherini, desde 2014, terão morrido no Mediterrâneo à data de ontem, quinze mil novecentos e sete migrantes. São os números conhecidos, os reais serão certamente mais trágicos. Aos que conseguem superar os muros da “Europa Fortaleza” e chegar ao território da UE, espera-os as crescentes limitações ao direito de asilo e integração. Espera-os a perseguição, a violência, a discriminação. Espera-os as vergonhosas e inumanas condições dos centros de detenção, autênticos Campos de concentração dos dia de hoje. Espera-os ou a repulsão forçada ou a brutal exploração laboral, e pior, a exploração sexual, alimentando o sórdido negócio do tráfico de seres humanos. Os que não conseguem, desesperam e são explorados nos campos da Turquia, ou alimentam o trabalho escravo nos campos da Líbia, realidades financiadas pela UE.
São as consequências das criminosas, xenófobas e racistas políticas migratórias que a UE impõe e promove, violando o direito internacional, os direitos humanos, a dignidade humana.
A ausência de contribuições da UE na construção dos Pactos será o maior contributo para que estes garantam, de facto, os direitos e proteção dos migrantes.

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