Intervenção de João Pimenta Lopes no Parlamento Europeu

Sobre a pobreza infantil

Um recente estudo da UNICEF afirmava que as desigualdades sociais aprofundaram-se com a crise e com as políticas de Austeridade e afectaram particularmente as crianças, concluindo da absoluta necessidade de proteger rendimentos familiares através de políticas sociais.
Em 2015 na UE28, 27% das crianças e jovens, 25,3 milhões, vivem na pobreza. As políticas de austeridade da UE impuseram aos Estados-Membros cortes nos apoios e prestações sociais com as famílias e as crianças e nas prestações substitutivas de rendimentos de trabalho, quando estes mais eram necessários. Políticas de direita e de austeridade que impuseram cortes na saúde, na educação, e noutros serviços públicos, ao mesmo tempo que impuseram cortes em salários, desemprego, degradação das relações laborais, aumentando as desigualdades e a pobreza.
São as vossas políticas de exploração e de miséria que alimentam a realidade que não se pode esconder hoje em inúmeros países: milhares de crianças sinalizadas nas escolas com fome, necessidades básicas como vestuário, habitação e cuidados de saúde por suprir, crianças vítimas do abandono e insucesso escolar, do trabalho infantil, da mendicidade, da prostituição juvenil, do abandono.
A pobreza infantil exige respostas multidimensionais só possíveis no quadro da ruptura com as políticas da UE.
Entre outros, o aumento do emprego e o combate à precariedade, o aumento de salários e a redistribuição da riqueza, o reforço das funções sociais do estado e das prestações sociais, a garantia de serviços públicos gratuitos e de qualidade como a saúde e a educação mas também redes públicas de creches e pré-escolares.

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