Sobre o despedimento de 122 trabalhadores na Controlinveste

 

 

Sobre o despedimento colectivo de 122 trabalhadores no Grupo Controlinveste
Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

O despedimento de 122 trabalhadores no Grupo Controlinveste – um dos principais grupos  económicos no sector da comunicação social do nosso país – anunciado ontem, constitui um dos maiores despedimentos colectivos dos últimos anos no sector da comunicação social.

Esta decisão da administração do grupo Controlinveste, atinge, no essencial, jornalistas com uma vasta experiência profissional, e é tanto mais inaceitável quanto, ainda há poucas semanas, foi concluído um novo ciclo de recrutamento de trabalhadores para os quadros redactoriais, bem como, pelo inegável facto de ser tomada à revelia das condições acordadas pelo grupo de Joaquim Oliveira aquando da aquisição à PT da sua componente de media.

Perante este despedimento colectivo, que implicará uma redução do número de jornalistas, o PCP chama a atenção, não só para o seu impacto na qualidade, no pluralismo e no rigor de um conjunto significativo de órgãos de comunicação social, mas também para o previsível agravamento da exploração daqueles que permanecem ou entram no grupo.

O PCP responsabiliza o Governo PS e a sua maioria na Assembleia da República, pelas possibilidades que criou, com a aprovação do novo Estatuto do Jornalista da utilização de “redacções únicas” nos grandes grupos de comunicação social, cujo resultado está à vista com o despedimento que agora se verificou.

O PCP chama a atenção, num momento em que está em discussão a legislação sobre concentração nos órgãos de comunicação social, para os perigos que resultam do actual processo de concentração neste sector nas mãos do grande capital – agravados pela proposta de impedimento do Estado de possuir imprensa escrita – quer para os trabalhadores do sector, quer para a vida democrática nacional, como aliás este caso testemunha.

Perante esta crise na Controlinveste, o PCP: manifesta a sua solidariedade e apela aos jornalistas e a todos os trabalhadores atingidos por esta medida do grupo Controlinveste para que se mobilizem e lutem em defesa dos seus postos de trabalho; exige da administração do grupo o respeito pelo papel das organizações representativas dos trabalhadores; reclama do Governo PS medidas que impeçam o livre arbítrio do patronato neste sector, imponham a revisão do Estatuto do Jornalista e a adopção de políticas que combatam a concentração da propriedade dos órgãos de comunicação social; e assume o compromisso de levar por diante as iniciativas que considere necessárias para impedir a sua concretização.

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