Sobre o Emprego

Talvez os resultados desta conferência de alto nível sobre o Emprego tenham sido teoricamente interessantes, uma vez que daí resultaram mais proclamações da boa-vontade e dos esforços que a UE faz para melhorar uma situação catastrófica. A própria Comissão Europeia afirma, sobre a última análise Trimestral do Emprego, que muitos dos novos postos de trabalho criados são a tempo parcial ou têm um carácter temporário. O Presidente Barroso diz que a Comissão Europeia tudo está a fazer para combater o problema e sublinha, tal como o Comissário Andor, a importância dos empregos de qualidade.

Muito bem, agora passemos para parte da realidade do impacto da acção da Comissão Europeia. Por via das troikas - da qual fazem parte, segundo sabemos, duas instituições europeias - é encetada uma luta implacável contra aquilo que consideram ser os modelos rígidos do mercado de trabalho (entenda-se legislações que protegem os direitos e segurança dos trabalhadores). Um exemplo - em Portugal, o governo decidiu aumentar o salário mínimo de uns míseros 485 euros para outros míseros 505 euros. E a mesma Comissão Europeia - ou o seu alter-ego - já demonstraram preocupação e descontentamento com esta medida. Como é que é possível explicar à Comissão Europeia que emprego de qualidade significa direitos e salários dignos para os trabalhadores? Ou será que os senhores sabem isso e fazem-se desentendidos? Porque é que acham que o número de trabalhadores em situação de pobreza estão a crescer? Os trabalhadores resistem, lutam e não se deixam enganar.

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