Intervenção de João Pimenta Lopes no Parlamento Europeu

Sobre as Emergências humanitárias no Mediterrâneo e solidariedade na UE

Os 629 migrantes que em vez de garantido salvamento, se viram à deriva, empurrados entre Itália e Malta, são uma magra expressão das centenas de milhar de travessias nos últimos anos. São uma ténue lembrança dos 792 mortos só este ano, ou dos mais de 16 mil que morreram no Mediterrâneo nos últimos 4 anos, hoje uma vala comum do esquecimento.
São uma demonstração inequívoca da total ausência de solidariedade da UE e suas potências para com os que não têm nada a perder e arriscam a vida por dias melhores, numa travessia em deploráveis condições.
Bem podem jogar o jogo do empurra entre a UE e os Estados-Membros. As responsabilidades dos que hoje fecham portos, não diferem dos que antes deles o fizeram, criminalizaram organizações de resgate, assinaram criminosos acordos com países terceiros para repelir e conter as migrações. Não diferem dos muros de Espanha, Áustria, Hungria ou Grécia ou dos autênticos campos de concentração que patrocinados também em solo europeu, tudo com a conivência da UE.
Exemplos, entre muitos outros possíveis, das políticas xenófobas e racistas da UE que violam grosseiramente os direitos humanos, o direito internacional.

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