A revisão da directiva de destacamento de trabalhadores, acenada como grande bandeira de pendor social, é pelo contrário, bem demonstrativa de como a valorização dos direitos laborais e sociais não faz parte das prioridades da Comissão, tão pouco da maioria do Parlamento Europeu.
Rejeitamos a visão negociada entre o Parlamento e o Conselho, que na prática, possibilita um período de destacamento interminável, em função das necessidades do patrão. Sejamos claros, quem está dois ou mais anos a trabalhar noutro país, não está destacado, está imigrado!
A proposta retira às empresas a responsabilidade da aplicação dos direitos laborais.
A não aplicação explícita do princípio de salário igual para trabalho igual, implica a não garantia do princípio da igualdade remuneratória.
Escancara a porta explicitamente ao recurso às empresas de trabalho temporário que, sabemos bem, subsistem na base de baixos salários e condições de trabalho precárias.
Ou seja, procuram manter e garantir, um exército móvel de mão-de-obra barata de países como Portugal, que alimentem os lucros das grandes empresas transacionais europeias.