Declaração de voto de João Pimenta Lopes no Parlamento Europeu

Sobre a Crise migratória e situação humanitária na Venezuela e nas suas fronteiras

A Resolução Conjunta aprovada pelo Parlamento Europeu prossegue a mesma linha política de obsessiva ingerência, confrontação e condicionamento da situação interna da Venezuela. Insiste no não reconhecimento das eleições presidenciais e solicita a realização de novas eleições; congratula-se com a rápida adoção de novas sanções e recorda a possibilidade de as alargar.

Ignora deliberadamente as causas da profunda crise económica, e do contributo determinante da ingerência externa, tanto pelas sanções impostas ao país por EUA e UE, como pela queda do preço do petróleo, como também pelo bloqueio económico e financeiro de que o país é alvo. A par, uma estratégia interna de desestabilização económica orquestrada por alguns setores da oposição e importantes intervenientes económicos no país, que controlam a produção e a distribuição de bens, sobretudo nos domínios da alimentação e dos medicamentos.

Condenamos a estratégia de ingerência da UE nos assuntos internos deste país que contribui para a deterioração e agravamento das condições de vida do povo venezuelano, ao invés das soluções políticas que devem ser encontradas pelo povo e autoridades venezuelanas. Uma estratégia que não serve o necessário caminho de estabilização, tão pouco os interesses da comunidade portuguesa na Venezuela.
Votámos contra.

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