Declaração de voto de João Pimenta Lopes no Parlamento Europeu

Sobre o combate ao antissemitismo

O conjunto de considerações e propostas apresentadas no combate ao anti-semitismo, que colhem, genericamente, o nosso acordo, podem ser adulteradas com a aprovação do ponto 2, razão de ser da resolução, que apela à adopção da definição de anti-semitismo proposta pela Aliança Internacional para a Memória do Holocausto. Trata-se de uma definição que, tal como diversas organizações judaicas denunciaram, apresenta um conceito de anti-semitismo vago, pouco objectivo e demasiado amplo, que vai muito para lá das declarações ou actos de ódio e discriminação contra judeus, comprometendo a liberdade de expressão. A definição abre ainda portas a interpretações difusas que integram numa expressão de anti-semitismo, a crítica ao Estado de Israel e às suas políticas, abrindo caminho para confundir anti-semitismo com anti-sionismo. É desonesto utilizar a memória do holocausto e a intolerância do anti-semitismo, para condicionar e impedir a crítica ao sionismo e a Israel e à sua política de opressão do povo palestiniano e de ocupação e agressão à Palestina.
Para lá de definições, o cumprimento da Constituição da República Portuguesa, nomeadamente dos seus artigos 13º e 41º, são a melhor forma de garantir que no nosso país, é respeitada a história e os direitos de qualquer cidadão ou minoria, seja religiosa, política, étnica, sexual ou qualquer outra.
Votámos contra.

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