Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Sobre a Cimeira UE-Rússia

A maioria do PE manifesta, uma vez mais, as suas já tradicionais posições neoliberais e de ingerência relativamente às relações entre a União Europeia e a Rússia.

Os interesses dos grupos económicos e financeiros surge à cabeça das prioridades, pressionando a Rússia a aderir à OMC, para promover a "igualdade de concorrência para as comunidades empresariais das duas partes" e favorecer a liberalização do comércio na economia global", devendo a Rússia facilitar os investimentos estrangeiros e renunciar a quaisquer "medidas proteccionistas".

O acesso e controlo da energia são, neste sentido, fundamentais e, por isso, exigem o acesso aos mercados, às infra-estruturas e ao investimento. Também se sente algum desespero quando se pede à Rússia estreita cooperação sobre o fornecimento de matérias-primas e terras raras, em especial as que são consideradas "críticas".

E, por último, vem a hipocrisia. Pede-se à Rússia que participe num "diálogo abrangente mais profundo" sobre as questões de segurança, incluindo a instalação do escudo de defesa antimíssil", quando um Estado-membro da UE e da NATO, a Roménia, já manifestou disponibilidade para albergar um sistema que é manifestamente uma ameaça para a segurança da Rússia e para a Paz em toda a Europa. Nem os próprios EUA têm garantido que assim não seja.

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