Intervenção de João Pimenta Lopes no Parlamento Europeu

Sobre a avaliação das medidas da União para o sector do turismo da UE ao aproximar-se o final da época de verão

A COVID-19 atingiu o sector do turismo de forma dramática em função das fortes medidas restritivas que foram implementadas.

Em países como Portugal, onde na economia se promoveu uma excessiva concentração e dependência do sector turístico, por sua vez dependente de um numero restrito de mercados, em detrimento dos sectores produtivos, as repercussões desses impactos transbordam por toda a economia e sociedade.

Reivindicámos, em diversos momentos, uma resposta abrangente que garantisse apoios específicos às MPME deste sector e que protegesse os seus trabalhadores, o seu emprego e os seus rendimentos.

Para grande parte dessas empresas e desses trabalhadores, a resposta foi tardia e os apoios foram, são e não se perspectiva que deixem de ser, insuficientes.

O sector do turismo tem, no entanto, outros vírus que importam debelar: o da precariedade, o da desregulamentação e o da falta de racionalidade da sua organização sócio económica e territorial.

A resposta que se exige serve para todas as estações do ano: os apoios e incentivos que promovam a recuperação e a sustentabilidade do sector assente no trabalho com direitos e na valorização dos trabalhadores e dos seus salários, e servindo o objectivo de contribuir para o desenvolvimento dos Estados-Membros no quadro das suas estratégias de coesão social e territorial. Tudo isto a par do investimento público na mobilidade das populações, da diversificação das actividades económicas, com vista à redução das dependências estruturais de cada país.

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