O Relatório faz depender a eficácia da Estratégia para a Juventude ao alinhamento com os objectivos da Estratégia Europa 2020, buscando um maior enquadramento das políticas de juventude que se traduz numa crescente harmonização.
Destacando o desemprego juvenil e a fuga de cérebros, aponta como solução milagrosa o aumento da mobilidade, negligenciando, por um lado, as consequências das políticas de austeridade no aumento do desemprego jovem, e por outro, o facto de que as políticas de mobilidade servirem, na prática, a precarização laboral e a criação de mão-de-obra barata.
Compreende-se, assim, a subordinação da educação, nomeadamente da formação superior, às relações com o mundo empresarial e suas necessidades, apontando o empreendedorismo e a cultura empresarial como solução para os problemas com que a juventude se defronta.
Acompanhamos alguns pontos positivos, como o multilinguismo, a igualdade de oportunidades, a igualdade entre homens e mulheres, ou a luta contra qualquer tipo de descriminação. Mas distanciamo-nos da matriz ideológica do relatório, e defendemos que qualquer estratégia para a juventude não pode basear-se nas necessidades das empresas e nas exigências da economia de mercado. Tão pouco acompanhamos a visão sobre as causas e as soluções para combater o desemprego juvenil e a exclusão social, desfasadas da realidade em que vivem os jovens.
Votámos contra.