Aumentam as discriminações que afectam as mulheres no acesso a bens e serviços, no que diz respeito à sua capacidade de aquisição e de escolha, realidade inseparável das discriminações no acesso ao emprego de qualidade e a salários e pensões dignos.
Prosseguem práticas discriminatórias em serviços oferecidos pelo sector segurador e bancário, com valores e taxas diferenciadas em função do sexo, nomeadamente por inclusão de factores de ponderação associados à gravidez, ao planeamento da maternidade e à própria maternidade, factores considerados também no acesso ao arrendamento e aquisição de habitação, ou na obtenção de empréstimos.
Também no acesso a bens e serviços médicos, se continuam a registar situações de discriminação e diferenciação.
Práticas que merecem vigoroso repúdio e que devem ser eliminadas.
Práticas que fazem ressaltar como evidente, a necessidade do reforço e acesso a serviços públicos, gratuitos e de qualidade, nomeadamente em sectores como a saúde ou serviços de apoio à maternidade e aos cuidados infantis.
Mas é necessário não esquecer que as desigualdades entre homens e mulheres se têm aprofundado nos mais elementares planos da vida, num retrocesso civilizacional sem precedentes e que esta realidade não pode ser desligada quer das políticas de exploração e do lucro, quer das políticas da União Europeia, nomeadamente das políticas de austeridade e de empobrecimento que promovem os baixos salários, a precarização do trabalho e a desregulação laboral e do horário de trabalho.